10 DE OUTUBRO DE 2013
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O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Homessa! «Preconceito ideológico»?!
A Sr.ª Mariana Aiveca (BE): — Quem tem direito a esta pensão? Os cônjuges sobrevivos, os filhos e
netos, as pessoas com deficiência. E, mesmo no caso dos filhos, sabe bem, ou deveria saber, que já foi
introduzida uma certa condição de recursos…
O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Ah! E quem é que a introduziu? Diga!
A Sr.ª Mariana Aiveca (BE): — … para os filhos entre os 18 e os 27 anos com capacidade para trabalho.
Portanto, aqui já há uma baliza.
O Sr. João Serpa Oliva (CDS-PP): — Bem lembrado!
A Sr.ª Mariana Aiveca (BE): — Agora, os senhores não gostam da comparação dos 100 milhões que
cortam de um lado e dos 100 milhões que dão do outro, mas, Sr. Deputado, é a vida!
Protestos do Deputado do CDS-PP João Pinho de Almeida.
É, é! É a vossa política, é a vossa escolha! Cortam a quem tem menos para dar a quem tem mais! Não tem
de ser assim!
O Sr. Deputado apareceu aqui a dizer que os partidos que suscitam esta questão não conhecem, não
sabem qual é o teto, mas já se percebeu que, afinal, o CDS sabe tudo isso, já tem as contas feitas, sabe quem
vai atingir e, portanto, Paulo Portas escondeu, como o CDS também escondeu aquele que era o seu passado
de partido dos pensionistas.
O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Não, não! Eu fiz as minhas contas!
A Sr.ª Mariana Aiveca (BE): — Portanto, dir-lhe-ei, Sr. Deputado, que a vossa «linha vermelha» não serve
para nada, porque já ninguém acredita que a tenham.
Aplausos do BE.
A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Tem, agora, a palavra o Sr. Deputado Jorge Machado para pedir
esclarecimentos.
O Sr. Jorge Machado (PCP): — Sr.ª Presidente, Sr.ª Deputada Mariana Aiveca, quanto ao teor da
declaração política do Bloco de Esquerda não há propriamente divergências, ela reitera, no fundo, aquela que
foi também a nossa declaração política. Mas acabámos de assistir a um exercício lamentável da parte do
CDS-PP. Parece que o CDS-PP não tem culpas no cartório num conjunto de medidas que estão a ser
tomadas.
As perguntas que quero deixar são estas: é ou não verdade que o CDS é responsável pelo roubo das
pensões, por via da contribuição extraordinária de solidariedade? É ou não verdade que o CDS-PP, como o
PSD, que está impávido, sereno e calado, é responsável pelo aumento da idade de reforma, que vai ser aqui
proposto em sede de Orçamento do Estado? É ou não verdade que o CDS-PP e o PSD são responsáveis pelo
agravamento do fator de sustentabilidade, o que implica mais um corte nas pensões? É ou não verdade que o
CDS-PP é responsável pela dita «convergência», que significa um roubo de cerca de 10% nas pensões dos
trabalhadores da Administração Pública? É ou não verdade que o PSD e o CDS-PP roubaram uma parte dos
subsídios de férias e de Natal aos trabalhadores e reformados do nosso País? É ou não verdade que agora o
PSD e o CDS-PP, de todo o universo existente, de todas as pessoas do nosso País, de todos os grupos
sociais que existem, incluindo os grandes grupos económicos, escolhe as pessoas que recebem pensões de
sobrevivência para fazer um novo corte?