I SÉRIE — NÚMERO 9
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Tem a palavra, Sr. Deputado.
O Sr. Nuno Sá (PS): — Sr.ª Presidente, em segundos, direi o seguinte: deste debate, fica clara para os
trabalhadores da Administração Pública, para os portugueses, que a intervenção do PSD é uma intervenção
de confronto institucional de mau perder e que a intervenção do CDS-PP é uma intervenção mais franca e
mais verdadeira.
Mas, de todos os argumentos que o Sr. Deputado Artur Rêgo aqui aduziu, não se encontra um no sentido
positivo de qualificar os trabalhadores no posto de trabalho, de proceder a uma racionalização, com um
estudo, verificando onde é que é necessário mobilizar os trabalhadores.
Sr. Deputado Artur Rêgo, o que aqui disse — e respeito porque foi com sinceridade, mas ficou visível para
todos os trabalhadores da Administração Pública — foi a necessidade de cortar, cortar, cortar! Necessidade de
cortes profundos na despesa, só que sem nenhum critério!
E a nossa resposta é: olhem para o outro lado, olhem para a economia, olhem para o emprego, olhem para
a diminuição de receitas do próprio Estado, porque esse é que é o verdadeiro problema!
Aplausos do PS.
Protestos da Deputada do PSD Teresa Leal Coelho.
A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Também para uma segunda intervenção do PSD, tem a palavra o Sr.
Deputado Jorge Paulo Oliveira.
O Sr. Jorge Paulo Oliveira (PSD): — Sr.ª Presidente, a minha intervenção vai ser também muito breve.
Se dúvidas existissem, ficou bem patente neste debate que estamos empenhados na requalificação dos
trabalhadores; a oposição prefere «cantar vitória». Nós estamos empenhados em reorganizar o funcionamento
do Estado; a oposição prefere «cantar vitória». Nós estamos empenhados em assegurar as funções sociais do
Estado, o que só é possível com uma Administração Pública sustentável, viável e eficiente; a oposição prefere
«cantar vitória».
Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: É isso que verdadeiramente nos distingue. Nós nunca, repito, nós
nunca desistimos das nossas obrigações! E a nossa obrigação para com os portugueses e para com Portugal
é recuperar a soberania financeira, é recuperar a soberania orçamental, é dar esperança aos portugueses, é
dar um futuro aos portugueses, que outros, num passado bem recente, destruíram!
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Agora, sim, fica concluída a discussão deste ponto da ordem de
trabalhos.
Vamos prosseguir com a discussão conjunta do projeto de resolução n.º 524/XII (2.ª) — Recomenda ao
Governo que proíba a exploração e extração de gases e óleos de xisto (BE) e 585/XII (2.ª) — Recomenda ao
Governo que, em articulação com a Academia, promova um estudo que aborde as vantagens e desvantagens
da fragmentação hidráulica em Portugal e a estrita regulamentação de avaliação e salvaguarda dos respetivos
impactos ambientais e sobre as populações (PS).
Temos, desde já, a inscrição da Sr.ª Deputada Helena Pinto para apresentar o projeto de resolução do
Bloco de Esquerda.
Tem a palavra, Sr.ª Deputada.
A Sr.ª Helena Pinto (BE): — Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: O gás de xisto é o gás ou óleo natural
que se encontra aprisionado no subsolo, entre formações xistosas a grandes profundidades.
A sua exploração e extração têm-se revelado extremamente danosas para o ambiente. Só existe uma
técnica possível: a fracturação hidráulica, que provoca sismos, contaminação da água, poluição atmosférica,
produção de gases de estufa — isto, para dar só alguns exemplos, Sr.as
e Srs. Deputados.