26 DE OUTUBRO DE 2013
47
Tem a palavra o Sr. Deputado Miguel Tiago.
O Sr. Miguel Tiago (PCP): — Sr. Presidente. Sr.ª Ministra de Estado e das Finanças, a questão que quero
colocar-lhe é muito rápida.
Se para justificar os assaltos e os roubos aos portugueses a pretexto do pacto de agressão, se diz que
«quem paga é quem manda», por que razão agora, que são os portugueses a pagar os desmandos e as
aventuras da banca e, inclusivamente, os prejuízos,…
O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Não são, não! Está enganado!
O Sr. Miguel Tiago (PCP): — … não são os portugueses que mandam na banca?!
Aplausos do PCP.
O Sr. Presidente (António Filipe): — A Sr.ª Ministra informou a Mesa que responderá conjuntamente aos
pedidos de esclarecimento.
Assim sendo, tem a palavra o Sr. Deputado Duarte Pacheco.
O Sr. Duarte Pacheco (PSD): — Sr. Presidente, Sr.ª Ministra de Estado e das Finanças, como todos os
Srs. Deputados bem sabem, a estabilidade do setor financeiro é importante para o funcionamento de qualquer
economia, para garantir os milhares de postos de trabalho das pessoas que aí exercem funções, para os
milhares de empresas que precisam do sistema financeiro para sobreviver e para os milhões de depositantes.
No entanto, quando este setor tem problemas, parece que não há um problema económico.
Ouvimos alguns partidos, com palavras sempre atentas, a reivindicar a ajuda e a presença do Estado
quando qualquer empresa, «faça chuva ou faça sol», tem problemas porque há pessoas que ficam no
desemprego. Porém, se forem trabalhadores de empresas do sistema financeiro ou da banca, parece que já
não têm pena desses trabalhadores.
Vozes do PSD: — Muito bem!
O Sr. Duarte Pacheco (PSD): — Sr.ª Ministra, visto que esta matéria é fortemente levada para a
demagogia, gostava, sobretudo, que me confirmasse aquilo que lhe vou perguntar.
Em primeiro lugar, gostaria que me dissesse se existe, através destes mecanismos, alguma dádiva do
Estado, se o Estado dá dinheiro aos bancos, como, às vezes, pessoas mal-intencionadas dizem, se é ou não
verdade que existem empréstimos e se esses empréstimos não ocorrem a taxas de juro superiores àquelas a
que o Estado se financia.
Em segundo lugar, pergunto-lhe se não é verdade que, durante a fase de intervenção da estabilização,
quando ela ocorre, ficam proibidas todas a distribuição de dividendos e todos os prémios de gestão.
Em terceiro lugar, queria que me informasse se não é verdade que são nomeados administradores do
Estado…
Vozes do PCP e do BE: — Não executivos!
O Sr. Duarte Pacheco (PSD): — … para assegurar que, durante a intervenção pública, os interesses
públicos estão verdadeiramente salvaguardados.
Em quarto lugar, Sr.ª Ministra, pergunto-lhe se também não é verdade que, durante toda a fase da
intervenção, os salários dos membros das administrações ficam limitados aos salários do Primeiro-Ministro.
É que tudo isto está na letra da lei. Os Srs. Deputados conhecem-na, mas escondem a verdade para
poderem continuar a utilizar a demagogia nesta matéria.
Vozes do PSD: — Muito bem!