I SÉRIE — NÚMERO 16
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Vozes do CDS-PP: — Muito bem!
O Sr. Ministro da Economia: — O Orçamento do Estado para 2014 deve ser analisado sob esta
perspetiva. Cumpre um objetivo: ser o último Orçamento que o Governo apresenta a esta Assembleia sob
tutela do Programa assinado com a troica em 2011 e antes do regresso aos mercados.
Cumprir esse objetivo é o maior favor que podemos prestar a nós próprios e à economia.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
É um Orçamento que compatibiliza a necessária consolidação das contas públicas com a redução da
despesa, num quadro óbvio de muita exigência, com medidas concretas de incentivo à retoma económica.
Aliás, menor despesa pública em 2014 é a única via para podermos ter menor carga fiscal amanhã.
No âmbito deste Orçamento, o Ministério da Economia continua a batalhar no campo da redução da
despesa do Estado, de que aliás são bons exemplos a renegociação das parcerias público-privadas no setor
rodoviário, que vai permitir, em 2014, uma poupança de cerca de 300 milhões de euros, mais 100 milhões de
euros de reprogramação, mais de 30% de poupança face aos compromissos totais que herdámos, mas
também a diminuição das indemnizações compensatórias no setor empresarial do Estado sob tutela, onde
vamos conseguir diminuir mais 60 milhões de euros em relação ao Orçamento deste ano, totalizando uma
poupança de 100 milhões de euros em três anos.
Nos últimos três anos, Portugal melhorou substancialmente o saldo conjunto da balança corrente e de
capital, tendo passado de um défice superior a 10% no final de 2010 para um excedente de 0,8% do PIB no
final do ano passado, sendo expectável que este saldo positivo, no final de 2013, se situe bem acima.
A análise económica desses resultados, apesar de revelar um notável ajustamento face ao exterior,
recomenda ainda prudência, como várias vezes tenho dito. Mas essa prudência, Srs. Deputados, não pode
impedir uma análise objetiva dos sinais positivos de retoma económica que temos conhecido e que são cada
vez mais consistentes. Prudência é, seguramente, uma atitude diferente de negar a realidade.
Vozes do PSD e do CDS-PP: — Muito bem!
O Sr. Ministro da Economia: — Com oito meses do ano já contabilizados, as estatísticas demonstram o
crescimento, em 2013, das nossas exportações de bens e serviços na ordem dos 4%, o peso das exportações
no Produto passou de 28%, em 2008, para mais de 40%, em 2013, e há indicadores de uma gradual e
cautelosa estabilização do consumo privado.
As empresas exportadoras têm vindo a ganhar quotas de mercado de forma sustentada, seja nos
mercados ditos tradicionais seja em novas geografias fora da União Europeia, que representam já cerca de
30% das nossas trocas com o exterior.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Os ganhos de quotas de mercado abrangem quase todos os setores e são impressivos.São todo um
programa de vida no setor privado.
Atendendo à conjuntura em que estão a ser conseguidos e em que as dificuldades de acesso e custo de
financiamento foram, e são ainda, uma realidade, trata-se de um feito extraordinário que significa mais
profissionalismo, iniciativa, internacionalização e agilidade e flexibilidade nos custos das empresas. Mérito,
obviamente, das empresas num processo em que o Governo se tem posicionado como um facilitador e um
agente de mudança. Somos parceiros da iniciativa privada. As reformas estão a ajudar e a diplomacia
económica também.
Não reconhecer os sinais positivos que se baseiam na capacidade competitiva das empresas é
desvalorizar e não reconhecer o extraordinário mérito dos empresários, dos gestores e dos trabalhadores —
repito, dos trabalhadores —, que têm conquistado quota de mercado no exterior.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.