1 DE NOVEMBRO DE 2013
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Pergunte ainda àqueles que perderam o emprego: são cerca de 400 000 os portugueses que, durante dois
anos e meio, perderam o seu posto de trabalho. Isso é de uma enorme insensibilidade e demonstra um
Primeiro-Ministro em estado de negação.
O Sr. Luís Menezes (PSD): — Outra vez?!
O Sr. António José Seguro (PS): — O que estamos aqui a discutir é a insistência, infelizmente para
Portugal, nos mesmos erros da estratégia de empobrecimento.
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Faça favor de terminar, Sr. Deputado.
O Sr. António José Seguro (PS): — O Primeiro-Ministro não gosta de ouvir e chama a isto repetição. Nós
repetiremos as vezes que forem necessárias, porque, se os erros são os mesmos, a nossa obrigação é
defender o caminho em que acreditamos para que Portugal possa sair desta crise!
Devo dizer-lhe ainda, com total rigor e clareza, que não há nenhuma saída isenta de custos. Nenhuma!
Mas os custos que os senhores estão a fazer pagar aos portugueses, à nossa economia e à totalidade da
sociedade portuguesa são imensos!
Além de mais, não é verdade quando dizem, como aqui já ouvi hoje, que este ajustamento está a ser feito à
custa do Estado. Bem pelo contrário, ele está a ser feito à custa dos portugueses, nomeadamente dos
reformados, dos que perderam o seu posto de trabalho, dos que estão a emigrar.
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Faça favor de terminar, Sr. Deputado.
O Sr. António José Seguro (PS): — E isso significa empobrecimento e cortar horizontes de futuro à
sociedade portuguesa e à geração mais qualificada de jovens portugueses.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Adão
Silva.
O Sr. Adão Silva (PSD): — Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.as
e Srs. Deputados, Sr. Primeiro-
Ministro, antes de mais, gostaria de fazer duas observações sobre as intervenções, que já foram duas, do Sr.
Deputado António José Seguro.
Sr. Deputado, V. Ex.ª, nas duas intervenções que aqui fez, deixou-nos claramente duas imagens: em
primeiro lugar, que é um prisioneiro das suas próprias incoerências;…
O Sr. Luís Montenegro (PSD): — Muito bem!
O Sr. Adão Silva (PSD): — … e, em segundo lugar, que pensa que repetindo à exaustão uma cartilha se
autoconvence da verdade das suas afirmações.
Vozes do PSD: — Muito bem!
O Sr. Adão Silva (PSD): — Mas o autoconvencimento é muito mais do que isto.
Depois, V. Ex.ª — compreende-se, sendo o líder da oposição — gosta ainda de fazer afirmações
proclamatórias, diria quase hiperbólicas. De alguma maneira passa a ser uma espécie de político amante das
hipérboles, porque, quando diz que o Orçamento para 2014 é um plano de empobrecimento, não está a fazer
uma análise correta; pelo contrário, está a ser seduzido pelas hipérboles, porque o Orçamento para 2014…
Protestos do PS.