1 DE NOVEMBRO DE 2013
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profissional, programas de formação profissional ou de aprendizagem, estágios ou apoios para regressar à
escola. Faremos da Garantia para a Juventude uma verdadeira garantia de oportunidades, de aquisição de
competências recompensadas pelo mercado de trabalho e de experiências profissionais que se repercutirão
com benefício pela vida futura dos jovens portugueses.
Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: Sabemos da dificuldade da tarefa que temos em mãos e sabemos
que esta proposta pode ser melhorada. Apelo a todos os partidos que partilham dos objetivos nacionais que
temos de alcançar que apresentem melhoramentos e alternativas razoáveis, realistas e dentro das metas que
são conhecidas para as várias áreas que este Orçamento engloba. Estarão, desse modo, a cumprir com
mérito o dever solene de representação do povo português. Também os parceiros sociais se devem juntar a
este momento de discussão e de deliberação. Terão, certamente, a melhor atenção dos partidos políticos e,
seguramente, dos partidos que apoiam o Governo.
São grandes os sacrifícios que os portugueses têm feito nos últimos anos, mas é precisamente em nome
desse esforço notável de mudança que precisamos de fechar o Programa de Assistência e de não voltar a
correr os riscos de colapso como os que tivemos em 2011. Dar sentido aos sacrifícios dos portugueses é não
voltar para trás, é não revertermos o esforço que estamos a fazer para reduzir o défice, é persistirmos nas
reformas, no Estado e na economia.
Os imperativos nacionais que estão em jogo não dão espaço a hesitações nem a receios. Avançamos com
realismo e com esperança, porque sabemos que não é tanto uma página que se fecha, mas antes uma página
nova que se abre. Não nos deixamos assustar pela demagogia nem pelo populismo.
O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — Isso é algum aviso ao Vice-Primeiro-Ministro?
O Sr. Primeiro-Ministro: — Estamos aqui para ultrapassar a crise e para criar as bases de um futuro de
prosperidade com mais oportunidades para todos os portugueses. É isso que nos encarregaremos de fazer.
Aplausos do PSD e do CDS-PP, de pé.
A Sr.ª Presidente: — A Mesa regista um conjunto de seis perguntas numa primeira ronda e de mais 14
perguntas para a segunda ronda.
Como sabem, na primeira ronda, cada orador que pede esclarecimentos bem como o Sr. Primeiro-Ministro
para cada resposta dispõem de 5 minutos.
Sendo assim, pelo PS, tem a palavra o Sr. Deputado António José Seguro.
O Sr. António José Seguro (PS): — Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados, Sr.as
e Srs. Ministros, Sr.
Primeiro-Ministro, a proposta que hoje o Parlamento discute carateriza-se por medidas que cortam na
educação cerca de 600 milhões de euros; que cortam na saúde dos portugueses cerca de 800 milhões de
euros; que cortam nos rendimentos dos portugueses, em particular das famílias, não só mantendo o brutal
agravamento de impostos do ano passado, como aumentando esses mesmos impostos; que cortam nos
salários dos funcionários públicos; que cortam nas pensões e nas reformas; que fazem um corte retroativo nas
pensões — o senhor tinha prometido não o fazer, mas essa promessa ficou agora desfeita; que fazem cortes
nas pensões de sobrevivência; que fazem cortes nas pensões e nas reformas do regime contributivo. Em
síntese, a proposta que hoje está a ser discutida neste Parlamento, da sua responsabilidade, não é um
Orçamento do Estado, é um plano de cortes para empobrecer o nosso País.
Aplausos do PS.
O Orçamento do Estado deve refletir uma estratégia orçamental, uma estratégia de finanças públicas ao
serviço da competitividade da nossa economia, visando objetivos sociais de aumento da taxa de emprego e de
diminuição da elevada taxa de desemprego que temos.
Olhando para o seu plano de cortes, para a proposta de empobrecimento que o senhor aqui apresenta não
encontramos isso. Infelizmente para Portugal, encontramos precisamente o contrário. Segundo as suas
próprias previsões, o aumento do desemprego continuará no próximo ano, a taxa de emprego diminuirá e,