1 DE NOVEMBRO DE 2013
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É isso que lhe pedimos, Sr. Primeiro-Ministro: que assuma responsabilidades!
A Sr.ª Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Primeiro-Ministro.
O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado António José Seguro, o Sr. Deputado aproveitou
a discussão do Orçamento do Estado para fazer as mesmas observações que fez aqui, há uma semana, no
Parlamento.
Sr. Deputado, julgo que o País espera do debate deste Orçamento mais alguma novidade, em termos de
compromisso, dos agentes políticos e que dispensaria uma mesma referência estafada às mesmas matérias
que estão discutidas e respondidas.
Mas há uma matéria a que o Sr. Deputado nunca responde, que é esta: como é que consegue assegurar,
de uma forma consistente e coerente, o objetivo de reduzir o défice, sem cortar na educação, na saúde, nos
rendimentos, nos salários e nas pensões? Como é que o Sr. Deputado faz?
O Sr. Deputado, que critica o Governo por não atingir um valor de défice mais baixo, como é que afirma
que conseguiremos fazer consolidação orçamental sem restrição orçamental?
O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Exatamente!
O Sr. Primeiro-Ministro: — O Sr. Deputado aumenta os impostos? Diga quais! O Sr. Deputado corta
despesas? Diga quais! Mas não acuse o Governo de fazer o seu trabalho, que é o de cortar na despesa sem
recorrer ao aumento de impostos.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Esse é um exercício de demagogia fácil e barata, que não deve ter mais lugar neste Parlamento, sobretudo
realizado por quem tem a aspiração de poder governar. Os portugueses não estão à espera de ouvir respostas
simples e ilusórias aos problemas por parte daqueles que se propõem governar.
Diz o Sr. Deputado: «Ficaremos pior do que estávamos quando a troica sair». Como é que o Sr. Deputado
consegue dizer uma coisa dessas?! Como é que o Sr. Deputado consegue dizer uma coisa dessas?!
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Tenha paciência! Então, está um País inteiro a esforçar-se por fechar um período extraordinário de
emergência que os senhores abriram e o senhor diz que vamos ficar pior depois de o fecharmos?!
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Mas, Sr. Deputado, algumas das suas observações não se confirmam. Diz o Sr. Deputado que não há
sinais de crescimento. Há sinais de crescimento, sim, Sr. Deputado. Não só somos nós a achar mas são
também os nossos credores oficiais e outras instituições a observar que houve uma inversão na tendência de
crescimento da economia e que a sua espiral recessiva desapareceu do horizonte, porque a economia
portuguesa está a crescer, apesar de 2013 ainda ser globalmente um ano de contração. A economia está a
crescer, os índices de confiança estão a melhorar e a produção industrial está a aumentar, o que significa que,
para 2014, também há uma perspetiva de crescimento. Não é uma perspetiva de um crescimento robusto,
mas é uma perspetiva de crescimento, e nós queremos fazer o que está ao nosso alcance para fortalecer essa
perspetiva de crescimento.
Por essa razão, este Orçamento fez questão de não aumentar a carga fiscal sobre os portugueses, apesar
de, evidentemente, atacar a despesa dentro do Estado e, portanto, os rendimentos daqueles que estão dentro
do Estado.