7 DE DEZEMBRO DE 2013
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O nosso apelo, se isso é possível, é que se possa ainda manter esta discussão na Assembleia com vista a
chegar-se a uma solução mais consensualizada e que não passe pelo Governo impor, unilateralmente, uma
solução que não agrada a ninguém e que vai, obviamente, destruir um património relativamente ao qual muitas
pessoas, com toda a legitimidade, têm uma enorme afeição, pois há uma grande carga afetiva para com estas
escolas que nós respeitamos.
Pensamos que, de facto, deve ser discutido qual o modelo pedagógico mais adequado para estas
instituições, mas optar pela extinção e pela descaraterização pura e simples, sem qualquer discussão, só
porque o Governo decidiu que deve ser assim, parece-nos não ser o melhor caminho.
Aplausos do PCP.
A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado João Rebelo.
O Sr. João Rebelo (CDS-PP): — Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: Começo por cumprimentar os
autarcas, as alunas, os professores e os pais que se encontram presentes nas galerias a assistir à sessão.
Gostaria, em primeiro lugar, de reafirmar tudo o que escrevi no relatório sobre esta petição. Na qualidade
de relator, disse o que disse e reafirmo totalmente o que foi dito.
O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Muito bem!
O Sr. João Rebelo (CDS-PP): — Em segundo lugar, gostaria de relembrar, em particular a Sr.ª Deputada
Gabriela Canavilhas, que já em 2002 foi herdada de um Governo do Partido Socialista uma reforma dos
estabelecimentos de ensino militar que previa o fecho do Instituto Pupilos do Exército. Portanto, é bom de ver
que o Partido Socialista, em relação a estes estabelecimentos de ensino, mudou de posição e vai defendê-los.
É, pois, muito importante registar esta mudança do Partido Socialista.
E espero que a posição que a Sr.ª Deputada aqui manifestou seja a posição do Partido Socialista,…
A Sr.ª Gabriela Canavilhas (PS): — É!
O Sr. João Rebelo (CDS-PP): — … porque eu já vi escritas por muitos dirigentes vossos referências a este
tipo de estabelecimentos de ensino, nomeadamente ao Colégio Militar, que são verdadeiras barbaridades.
Vozes do CDS-PP. — Muito bem!
O Sr. João Rebelo (CDS-PP): — Portanto, gostaria também de relembrar isso e fico muito satisfeito que o
Partido Socialista tenha mudado de opinião em relação a esta matéria.
Aplausos do CDS-PP e do PSD.
Gostaria também de me referir a um e-mail que recebi da Dr.ª Margarida Cunha, mãe de uma aluna, que
pediu aos Deputados — penso que todos os Deputados receberam — que fossem aqui feitas várias
referências a um discurso feito pela melhor aluna do 5.º ano aquando da cerimónia da entrega de diplomas, há
algum tempo atrás.
Ela fazia várias perguntas: «Porquê acabar com uma escola que tem 113 anos de história?» «Porquê
acabar com uma escola em que 95% das alunas ingressou no ensino superior?» «Porquê acabar com uma
escola que, nos rankings, foi avaliada como uma das melhores escolas secundárias públicas em termos de
desempenho dos seus alunos e a que melhor classificação teve?». Portanto, foram feitas várias perguntas que
merecem resposta.
Consideramos que esta reforma, em parte, é necessária, mas, por outro lado, deve continuar a ser
avaliada, fazendo minhas as palavras do Deputado António Filipe no sentido de que este processo, para nós,
não está finalizado.