14 DE DEZEMBRO DE 2013
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Quer isto dizer que está tudo bem? Quer isto dizer que o desemprego está em valores aceitáveis? Não,
não está! A taxa de desemprego, de 15,7%, é demasiado alta, mas é um facto que está a descer e não vale a
pena estarmos a tentar manipular esses factos.
Por isso, Sr. Primeiro-Ministro, é caso para perguntar onde está a espiral recessiva, o desemprego
galopante, o caminho para o abismo, de que há cinco meses, no debate sobre o estado da Nação, as
oposições falavam?!
É caso para dizer, Sr. Primeiro-Ministro, que o esforço dos portugueses, das empresas, dos empresários,
dos trabalhadores, desmentiu as previsões mais pessimistas da oposição. E, por isso, Sr. Primeiro-Ministro,
em nome desse esforço dos portugueses, também é bom desmistificar algumas ideias.
Há uma notícia positiva: o desemprego desceu, lentamente, é verdade, mas desceu. O que é que a
oposição, nomeadamente o PS, vem logo, a correr, dizer? Foi a emigração!
O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Exatamente!
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Como se desconhecessem, Srs. Deputados, que quer a OCDE, quer
o Eurostat publicaram relatórios em que resulta claro que as ofertas de emprego aumentaram, que a criação
líquida de emprego, em Portugal, aconteceu. Não vale a pena estarmos a fazer um esforço, que considero até
um pouco atentatório do esforço dos portugueses, para tentar mascarar uma notícia que é positiva.
O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Muito bem!
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Quando é positiva, é positiva, Srs. Deputados!
Aplausos do CDS-PP e do PSD.
Há sinais de crescimento económico e de imediato é dito: «Bom, mas isto foi porque o Partido Socialista
pediu a fiscalização da constitucionalidade do Orçamento do Estado ao Tribunal Constitucional e o Tribunal
Constitucional decidiu restituir os subsídios de férias e de Natal.» Ó Srs. Deputados, os senhores acreditam
mesmo nisto?! Acreditam mesmo que, quando se refere que houve um crescimento económico, no segundo e
no terceiro trimestres, antes até de o Tribunal Constitucional decidir a devolução, e muitíssimo antes (cinco
meses antes) de essa devolução ser, de facto, efetivada, o que aconteceu há três semanas, esse crescimento
económico aconteceu retroativamente, com base na devolução desses subsídios, Srs. Deputados?! É uma
questão de lógica!
Aplausos do CDS-PP e do PSD.
Chega a ser uma questão de lógica!
A Sr.ª Teresa Caeiro (CDS-PP): — E tudo graças ao PS!
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Então, os portugueses começaram a consumir mais, porque tinham
a presciência de que o Tribunal Constitucional iria proceder à devolução dos subsídios?! Ó Srs. Deputados,
acho que chega de estarmos zangados… Neste momento, o Partido Socialista parece zangado consigo
próprio, triste com os sinais positivos, ressentido com o esforço dos portugueses, dos empresários e dos
trabalhadores, como se, de alguma forma, lhe tivessem tirado o tapete, lhe tivessem tirado o discurso! Quando
estamos a seis meses de recuperar a nossa soberania plena, é altura de todos nos mobilizarmos!
Vozes do CDS-PP e do PSD: — Muito bem!
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Por isso, Sr. Primeiro-Ministro, quero dizer-lhe o seguinte: nestes
seis meses, mais do que nunca, a nosso ver, é preciso bom senso e consenso. Consenso com os parceiros