19 DE DEZEMBRO DE 2013
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retoma económica nos próximos sete anos. Podemos estar satisfeitos face à posição relativa que
conseguimos alcançar com essa aprovação, sobretudo se tivermos em linha de conta que, ao nível da PAC
(política agrícola comum), conseguimos, pela primeira vez em muitos anos, no primeiro pilar da política
agrícola comum, o dos pagamentos aos agricultores, convergir para a média europeia, dado que conseguimos
passar dos atuais 186 €, por hectare, de pagamentos diretos, para cerca de 200 €, por hectare, neste primeiro
pilar. Não se trata, evidentemente, ainda do valor que achamos que é o adequado, mas pela primeira vez
conseguimos, realmente, uma aproximação ao valor médio na União Europeia.
Em todo o caso, julgamos que o facto mais importante é o de se ter afastado a imprevisibilidade e a
incerteza que rodeariam a falta de entendimento entre o Conselho Europeu e o Parlamento Europeu em
matéria de Orçamento na União Europeia. Apesar de ter sido um processo bastante complexo e demorado, a
verdade é que, e quero aqui saudar, obtivemos um entendimento entre estas duas instituições da União
Europeia, o que nos permite — sobretudo, aos países que têm sentido mais dificuldades económicas — olhar
para os próximos sete anos com mais previsibilidade, com mais certeza e contando com uma alavanca ao
crescimento, que não deixaremos de utilizar da melhor maneira possível.
Em segundo lugar, as perspetivas económicas. Soubemos, pelas estimativas que foram apresentadas pela
Comissão Europeia no Outono, que a retoma económica na Europa não será tão vigorosa quanto se chegou a
pensar durante o verão. Mas a verdade é que se confirmaram as perspetivas de retoma económica e que, tal
como em Portugal, noutros países, também, quer os dados disponíveis sobre o segundo e o terceiro
trimestres, quer os dados avançados para o quarto trimestre apontam no sentido de haver uma recuperação
firme e que 2014 seja um ano de crescimento económico, também na média europeia.
Estes dois dados dão ao Conselho Europeu, como é evidente, um ambiente mais positivo do que aquele
que, até agora, tem rodeado os conselhos.
Por outro lado, quero notar que no Conselho Europeu iremos, com certeza, fazer a avaliação de todas as
medidas que foram sendo tomadas visando uma estratégia de crescimento e de emprego na União Europeia;
iremos avaliar os esforços que foram sendo feitos para aprofundar o mercado interno e, nas diversas áreas,
para aumentar a competitividade das economias no espaço europeu; iremos também avaliar os esforços que
foram realizados relativamente ao combate ao desemprego, que é seguramente, não apenas em Portugal,
mas em muitos países europeus, a questão de natureza económica e social de maior relevância que teremos
de enfrentar nos próximos anos.
Gostaria, em todo o caso, de sublinhar que há dois aspetos que serão centrais nesta reunião do Conselho
Europeu.
O primeiro é o de saber se conseguiremos ou não, além de cumprir o prazo que estava fixado, dar ambição
suficiente ao projeto da união bancária no que envolve a criação do mecanismo europeu de resolução
bancária.
O segundo é que iremos avaliar os programas que foram submetidos pelos diversos Governos europeus de
modo a pôr em marcha, já em janeiro do próximo ano, o programa Garantia Jovem, de molde a oferecer aos
jovens europeus — e, neste caso, também aos jovens portugueses que estão desempregados — uma
oportunidade efetiva que represente, nos quatro meses subsequentes, a concretização de uma oportunidade
de emprego ou de formação ou de retorno ao sistema formal de ensino. Quanto a esta última, quero dizer que
Portugal já apresentou o seu programa, depois de o ter discutido com os parceiros sociais. Ele beneficia da
avaliação positiva que fizemos relativamente à medida do Impulso Jovem e é alargado de modo a poder ter
uma efetividade maior, com abrangência, nomeadamente da necessidade de fazer retornar às universidades e
aos institutos superiores, designadamente os politécnicos, todos aqueles que não viram condições
necessárias para manter as suas inscrições, mas também aqueles que entendam que esta é uma boa
oportunidade de poderem recentrar a sua formação superior em outras áreas que, hoje, possam ter maior
saída em termos de mercado de trabalho.
O Sr. Hugo Lopes Soares (PSD): — Muito bem!
O Sr. Primeiro-Ministro: — Estamos, portanto, apostados em que este programa possa ser executado
logo a partir do mês de janeiro, representando um esforço de cerca de 300 milhões de euros durante os anos
de 2014 e 2015 e que visa não resolver o problema do desemprego, porque, evidentemente, não é esse o