I SÉRIE — NÚMERO 30
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objetivo dessa medida, mas, isso sim — é esse o seu objetivo —, enquanto as medidas de natureza estrutural
não produzirem os seus efeitos mais intensos, ter uma resposta que consiga melhorar as perspetivas de
empregabilidade dos jovens portugueses.
Quanto à questão, que referi, da união bancária centrada num mecanismo único de resolução, sabemos
que foi possível obter um entendimento para a instituição do mecanismo de supervisão europeia. Estamos
numa fase em que se vai desenvolver a avaliação qualitativa dos ativos dos bancos, que estarão sob a
supervisão direta do Banco Central Europeu, e seguir-se-á a fase em que novos stresstests irão ser
realizados para assegurar a solidez das instituições bancárias no espaço europeu.
No caso português, não temos nenhum receio do processo que está a desenvolver-se, mas julgamos que,
em termos europeus, isso permitirá instituir, de facto, uma supervisão única que garantirá que todas as
instituições seguirão a mesma regra de supervisão e de auditoria e que, por essa razão, um primeiro passo
importante para fazer regressar a confiança ao mercado bancário e interbancário pode vir a concretizar-se.
A Sr.ª Presidente: — Sr. Primeiro-Ministro, terminou o tempo de que dispunha.
O Sr. Primeiro-Ministro: — Concluirei, Sr.ª Presidente.
Mas sejamos claros: sem um mecanismo eficaz de resolução bancária, o projeto de união bancária fica
muito aquém daquilo que seria desejável.
O Governo português tem sido um dos governos que mais têm insistido, para não dizer o que mais tem
insistido, em que, se precisamos de ter uma única entidade na Europa que decida sobre a resolução de
bancos, então, deveria existir um fundo europeu para o resolver com uma garantia adequada para fazer face a
qualquer decisão europeia de resolução bancária que venha a acontecer enquanto o fundo de resolução não
estiver devidamente instituído.
Sr.ª Presidente e Srs. Deputados, quero garantir aqui que a Sr.ª Ministra de Estado e das Finanças por isto
se bateu quer ontem, quer hoje nas reuniões do Eurogrupo e do Ecofin e que por isso me baterei, também,
amanhã na reunião do Conselho Europeu.
É essencial que regresse a normalidade no financiamento às empresas, independentemente da geografia
dos investimentos.
Vozes do PSD: — Muito bem!
O Sr. Primeiro-Ministro: — As nossas empresas continuam, hoje, a pagar em Portugal custos de
financiamento que travam o crescimento da economia e que são injustamente mais elevados do que na
maioria dos países europeus.
A Sr.ª Presidente: — Queira terminar, Sr. Primeiro-Ministro.
O Sr. Primeiro-Ministro: — É indispensável regularizar esta situação. Eu acredito que o processo da união
bancária pode dar um auxílio muito relevante para normalizar esta situação.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
A Sr.ª Presidente: — A primeira pergunta cabe ao PS.
Sr. Deputado António José Seguro, faça favor.
O Sr. António José Seguro (PS): — Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Membros do Governo, Sr.as
e Srs.
Deputados, Sr. Primeiro-Ministro, dentro dos assuntos importantes da agenda do Conselho desta semana, dos
quais destaco a emigração e a Política Comum de Segurança e Defesa, emerge o dossiê do crescimento
económico, tanto na vertente económica como no seu impacto social e, como o Sr. Primeiro-Ministro referiu,
correções no âmbito da zona euro, em particular na união bancária.
Em primeiro lugar, gostaria de dizer que é com satisfação que vejo o programa Garantia Jovem começar a
dar os seus passos. Trata-se de um programa em que os socialistas europeus se envolveram, batalharam por