19 DE DEZEMBRO DE 2013
9
A Sr.ª Presidente: — Sr. Primeiro-Ministro, queira terminar.
O Sr. Primeiro-Ministro: — É essa matéria que está em discussão. Nessa matéria, a posição da
Alemanha tem sido, realmente, bastante inflexível. Mas, Sr. Deputado, é caso para lhe pedir também que faça
alguma diligência junto de uma parte do Governo alemão para aceitar essa posição, que, pelos vistos, ambos
comungamos em Portugal.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
A Sr.ª Presidente: — Tem a palavra o Sr. Deputado António José Seguro.
O Sr. António José Seguro (PS): — Sr.ª Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, sabe que, mesmo na altura em
que o SPD estava na oposição, quando V. Ex.ª pediu ajuda ao Partido Socialista para que o nosso País
pudesse beneficiar nas maturidades da nossa dívida, não hesitámos um segundo em falar com os nossos
companheiros do Partido Social Democrata alemão para ajudar Portugal.
Aplausos do PS.
Por isso, estamos sempre disponíveis. Se é do interesse nacional, terá o Partido Socialista, na primeira
linha, a defender o interesse do nosso País.
Mas, Sr. Primeiro-Ministro, no que se refere à união bancária, não defenda aquele acordo que está em vias
de ser alcançado em Bruxelas e que, de certeza, amanhã virão dizer que é um passo fantástico, uma ótima
prenda de Natal para os europeus. Porque se esse acordo é o que tem vindo a público, não é!… É alguma
coisinha, é algum avanço, mas ficará tudo praticamente na mesma.
Sr. Primeiro-Ministro, como sabe, o fundo criará, por ano, cerca de 5000 milhões de euros. Isso dá para
resgatar quantos bancos na Europa? Ao fim de 10 anos terá cerca de 55 000 milhões de euros. Isso dá para
fazer que resgate, Sr. Primeiro-Ministro?
O Sr. Pedro Jesus Marques (PS): — Exatamente!
O Sr. António José Seguro (PS): — A Europa não pode andar a brincar com os europeus! Se tem um
problema tem de lidar com ele, tem de o resolver! A Europa não pode criar mais confusão, alguém tem de
esclarecer as situações.
Sr. Primeiro-Ministro, sei que já não dispõe de tempo, mas terá oportunidade de responder-me depois.
Tendo-o à minha frente, não posso deixar de colocar-lhe mais uma pergunta.
O Presidente do Banco Central Europeu disse, esta semana, no Parlamento Europeu, em relação ao
período de transição em Portugal, que haverá um programa adaptado à situação, durante esse período de
tempo, e teremos de ver de que forma vai ser escalonado esse programa.
A Sr.ª Presidente: — Queira terminar, Sr. Deputado.
O Sr. António José Seguro (PS): — A pergunta que lhe faço é muito simples, Sr. Primeiro-Ministro: o
Presidente do Banco Central Europeu falou com base em negociações informais, ou formais, que já existem
com o Governo português ou falou perante o insucesso do programa que está a ser aplicado em Portugal?
Aplausos do PS.
A Sr.ª Presidente: — A próxima pergunta caberá ao PCP.
Sr. Deputado Jerónimo de Sousa, tem a palavra.