I SÉRIE — NÚMERO 31
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O Sr. Secretário de Estado Adjunto do Ministro da Saúde: — Mais ainda, Srs. Deputados: estão muito
preocupados com a inovação, mas ainda não ouvi de nenhum de vós uma palavra, particularmente dos
setores da esquerda, em defesa da necessidade de repor stocks de genéricos, quando VV. Ex.as
a única coisa
de que falam é de defender a indústria farmacêutica e o direito à inovação, muita da qual nem sequer é a
melhor.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Srs. Deputados, oiçam com atenção aquilo que vos dizemos: o Serviço Nacional de Saúde está bem, está
de boa saúde. E continuará com a sua saúde a melhorar, como, de resto, a dos portugueses em geral,
enquanto este Governo continuar em funções. Os resultados falam por si, Srs. Deputados, não precisamos de
mais nada. Estamos absolutamente cientes de que há, de facto, muitos portugueses que passam dificuldades,
sabemo-lo bem, mas temos feito muito para as diminuir.
O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — E as respostas às perguntas?!
O Sr. Secretário de Estado Adjunto do Ministro da Saúde: — E a verdade dos factos, Srs. Deputados, já
que falam tanto em taxas moderadoras, é que nunca tantos portugueses estiveram isentos de taxas
moderadoras.
Vozes do CDS-PP: — Ah!
O Sr. Secretário de Estado Adjunto do Ministro da Saúde: — E a verdade dos factos é que as consultas
de enfermagem, de que V. Ex.ª falou, que têm taxa moderadora, aumentaram em 9,2%. Quer isto dizer, Sr.
Deputado, que, apesar de tudo, os portugueses confiam, acreditam e vão ao Serviço Nacional de Saúde.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
O Sr. Presidente (António Filipe): — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra a Sr.ª Deputada Paula
Santos.
A Sr.ª Paula Santos (PCP): — Sr. Presidente, Sr. Secretário de Estado, queria dirigir-lhe uma pergunta
muito concreta.
O Sr. Secretário de Estado veio aqui falar daquilo que têm sido as grandes políticas deste Governo para o
Serviço Nacional de Saúde, mas continua a ignorar a realidade concreta. E a realidade concreta é que nunca
houve tantos portugueses com dificuldades em aceder aos cuidados de saúde, seja pelas taxas moderadoras,
seja pela não atribuição de transporte de doentes não urgentes.
O Sr. Carlos Abreu Amorim (PSD): — Os dados desmentem!
A Sr.ª Paula Santos (PCP): — Nunca tantos portugueses deixaram de aceder aos cuidados primários de
saúde.
Este Governo refere que os cuidados primários de saúde são uma prioridade, mas o que vemos é que as
pessoas têm cada vez mais dificuldades em ir ao seu médico de família, têm cada vez mais dificuldades em
comprar os medicamentos de que necessitam.
O Sr. Secretário de Estado falou aqui da toxicodependência, mas esqueceu-se de falar do indicador
preocupante que é o aumento das recaídas, que, em 2013, quase triplicaram, nomeadamente dos
consumidores de heroína.
Sr. Secretário de Estado, refira-se a estes problemas concretos.
Aplausos do PCP.