I SÉRIE — NÚMERO 41
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O Sr. António Braga (PS): — Sr. Presidente, o Grupo Parlamentar do Partido Socialista também quer
relevar este comportamento que viola não apenas as regras regimentais.
O Sr. José Magalhães (PS): — As constitucionais também!
O Sr. António Braga (PS): — Se o Sr. Presidente me permitir, apelo a que a Mesa interceda no sentido de
fazer compreender aos Membros do Governo que há uma obrigação constitucional para com a Assembleia da
República, nomeadamente numa apreciação parlamentar, e que o Governo não deve ausentar-se sem dar
explicações, sem participar no debate.
O Sr. José Magalhães (PS): — É óbvio!
O Sr. António Braga (PS): — Sr. Presidente, ao instar a Mesa a fazê-lo, estamos também a dar um
contributo para que a Assembleia da República exerça na plenitude os seus poderes, que são apenas os da
Assembleia e de mais nenhum outro órgão.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Tem a palavra o Sr. Deputado Luís Montenegro.
O Sr. Luís Montenegro (PSD): — Sr. Presidente, só para dizer à Câmara que aquilo que está previsto no
Regimento é que o Governo participe no debate. Efetivamente, não houve debate porque os partidos,
nomeadamente os dois últimos que acabaram de intervir, não se inscreveram.
O Sr. Pedro Delgado Alves (PS): — O PCP não se inscreveu?!
O Sr. Luís Montenegro (PSD): — Portanto, desse ponto de vista, não se pode afirmar que o Governo
desrespeitou a Assembleia.
O Governo esteve presente, aguardou a oportunidade de os grupos parlamentares intervirem e essas
intervenções não aconteceram. Os Srs. Deputados dos Grupos Parlamentares do Partido Socialista e do Bloco
de Esquerda estão arrependidos, mas esse arrependimento diz respeito apenas e só à vossa postura perante
este debate.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Tem a palavra o Sr. Deputado Nuno Magalhães.
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Sr. Presidente, creio que as explicações do Sr. Deputado Luís
Montenegro são suficientes.
É evidente que quem gere a participação do CDS no debate é o CDS, ainda não é o PCP, não é o Bloco de
Esquerda, que, de resto, não se inscreveu, não é o Partido Socialista, que também não se inscreveu. Até os
meus colegas terem confiança em mim, serei eu próprio a gerir as intervenções, e o Sr. Deputado Hélder
Amaral estava pronto para fazer uma intervenção, e fá-la-ia.
Sr. Presidente, porque se falou em respeito pela Assembleia, aproveito para fazer um reparo, que, de resto,
já fiz na Conferência de Líderes: não aceitamos lições do Grupo Parlamentar do Partido Comunista Português,
que agenda para 30 de janeiro o projeto de lei n.º 485/XII (3.ª), que fala em reposição dos feriados nacionais
roubados. Quem tem esta linguagem desrespeita a democracia, desrespeita os eleitores, desrespeita a
dignidade desta Casa!
Aplausos do CDS-PP e do PSD.