1 DE FEVEREIRO DE 2014
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O Sr. Hugo Lopes Soares (PSD): — Claro!
O Sr. Luís Montenegro (PSD): — … é desfocarmo-nos daquilo que é essencial: o apoio ao crescimento da
economia e à valorização das nossas empresas!
Vozes do PSD: — Muito bem!
O Sr. Luís Montenegro (PSD): — Sr. Primeiro-Ministro, foram carreados para este debate outros
elementos que também não foram alvo da apreciação da oposição, desde logo a matéria do crescimento
económico. Parece que não é tema. Parece que não é importante a nossa economia ter registado
crescimentos no segundo e no terceiro trimestres de 2013. Além disso, este é o primeiro debate que
realizamos, depois de haver uma estimativa consistente de que a nossa economia também poderá ter crescido
no último trimestre de 2013. E o mesmo se diga com os dados relativos à produção industrial, às exportações,
como todos aqueles que têm sido os sinais positivos da nossa recuperação.
Se estes sinais são muito importantes e se os vemos com esperança (que o mesmo não é dizer com
euforia) de que somos capazes de ultrapassar este período de dificuldade, o Sr. Primeiro-Ministro trouxe um
tema que é, a esse propósito, muito relevante para os próximos anos, qual seja o de termos a capacidade de
financiar precisamente o funcionamento da economia e a criação de emprego.
É, desde logo, importante anotar que esta prioridade é fundamental, quando comparada com aquelas que
foram as prioridades do quadro comunitário que está a acabar. Isto revela já uma inversão de estratégia, que,
aliás, já vinha na sequência de todas as decisões que este Governo e esta maioria tomaram de reprogramar o
QREN (Quadro de Referência Estratégica Nacional), no sentido de carrear mais meios para o apoio à
economia, à vida das empresas e à criação de emprego.
Sr. Primeiro-Ministro, nesta bancada, ficámos agradados por perceber que o Partido Socialista, ao contrário
daquilo que queria fazer crer, esteve e está envolvido no dossier sobre este assunto, que diz respeito à nossa
vida nos próximos anos. Ouvimos notícias a dizer… Parecia que estávamos a fazer tudo às escondidas, mas,
hoje, confirmámos que não é verdade aquilo que o Partido Socialista parecia que queria fazer crer.
Porém, o Partido Socialista, hoje, não disse uma coisa que referiu nos últimos dias, ou seja, que este
acordo de parceria, que está agora em condições de ser negociado em termos formais com a União Europeia,
estava atrasado. Hoje, não falámos disso. E ainda bem que o Partido Socialista não reiterou aqui aquilo que
andava a dizer, porque isso objetivamente não é verdade, Sr. Primeiro-Ministro. Tanto quanto sabemos, no
último quadro comunitário, aí sim, houve vários atrasos, a tal ponto de só termos tido retorno financeiro do
acordo anterior dois anos depois do início do período de vigência,…
O Sr. Hugo Lopes Soares (PSD): — Bem lembrado!
O Sr. Luís Montenegro (PSD): — … isto é, apenas em 2009, quando o período de vigência era de 2007 a
2013.
Além disso, Sr. Primeiro-Ministro, também não se poderia falar de atrasos nem de neglicência, porque
sabemos que hoje a taxa de execução do QREN está nos 75%, quando há dois anos e meio, na altura em que
este Governo iniciou funções, estava em cerca de 30%. Já tinha decorrido dois terços do período temporal
desse Quadro e só tínhamos executado um terço e agora, que decorreu mais um terço desse período,
conseguimos executar dois terços.
Esta é uma diferença que os Deputados do Partido Socialista, com certeza, devem valorizar e a diligência
do Governo e do País para executar os fundos comunitários deve, aliás, ser objeto de um apoio político.
Para terminar, Sr. Primeiro-Ministro, gostava de lhe colocar duas questões precisamente sobre a incidência
principal que este quadro de apoio financeiro tem para a economia e para a vida das empresas.
A primeira é relativa ao papel que a instituição especializada financeira, vulgarmente denominada Banco de
Fomento, pode ter precisamente no apoio a projetos empresariais viáveis, que tragam valor acrescentado e
criação de emprego em Portugal, através da sua intervenção para viabilizar esses projetos e para fazer chegar
à economia parte deste financiamento.