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6 DE FEVEREIRO DE 2014

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O Sr. José Junqueiro (PS): — Muito bem!

O Sr. Agostinho Santa (PS): — Trazemos, aqui, a perplexidade manifestada pelo facto de apenas se

saber que a referida avaliação foi entregue à Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro e que o contrato foi

outorgado pelo Instituto dos Vinhos do Douro e Porto, sem que se conheça o clausulado, os custos envolvidos,

as exigências de natureza técnica, para que, desde logo, se parta do pressuposto da total credibilidade dos

resultados.

Sobretudo, ninguém entende, e muito menos aceita, que a única certeza, neste momento, seja a do

arrastamento reiterado da situação, bem se sabendo que o Sr. Secretário de Estado da Agricultura tinha

prometido apresentar o relatório-síntese, com as conclusões do trabalho feito pelos grupos nomeados, até final

do ano anterior. Nada, afinal, relatou o Sr. Secretário de Estado, adiando para mais uns meses, até que o

manto de sigilo desapareça e o debate acerca das soluções propostas possa acontecer.

E, entretanto, os pequenos e médios agricultores desesperam, a região geme e os trabalhadores com

salários em atraso, como nos disseram, deixaram de acreditar.

Pergunta-se: será tudo isto compatível com o carácter de absoluta urgência que a situação demanda e

impõe?

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente (António Filipe): — Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado João Ramos.

O Sr. João Ramos (PCP): — Sr. Presidente, Sr. Deputado Agostinho Santa, efetivamente o PCP visitou a

região, reuniu com as estruturas da região e com os trabalhadores e pôde verificar, no local, aquilo que todos

conhecemos e que nos cabe relatar aqui.

Mas, Sr. Deputado, gostava de lhe dizer o seguinte: referiu muitas vezes, no seu pedido de esclarecimento,

a expressão «também nós», «também nós», «também nós», mas é um «também nós» enquanto oposição,

porque enquanto governo também tiveram muitas oportunidades para resolver os problemas e não

resolveram.

O Sr. João Oliveira (PCP): — Bem lembrado!

O Sr. João Ramos (PCP): — Desde logo, porque os Governos do PS, inclusivamente, implementaram

decisões do PSD relativas à Casa do Douro. E quanto aos 40 meses de salários em atraso, é fácil de

perceber: este Governo não está em funções há 40 meses e, por isso, os salários em atraso vêm do tempo de

anteriores governos.

Vozes do PSD: — Isso é verdade!

O Sr. João Ramos (PCP): — Se os Srs. Deputados querem chegar a uma posição de defesa da Casa do

Douro, dos durienses, daquilo que representa a Casa do Douro, não podemos estar mais de acordo, mas

também não podemos deixar de referir as responsabilidades que têm nesta matéria.

Inclusive, relativamente ao IVDP enquanto estrutura de ataque à Casa do Douro, lembro que, quando o

atual Governo chegou ao poder, os dirigentes que estavam no IVDP e que tinham sido nomeados pelo PS

saíram para outras estruturas. O Presidente do IVDP saiu para a Sonae e está, neste momento, na

ViniPortugal, uma estrutura de promoção dos vinhos e das casas exportadoras; o Vice-Presidente do IVDP, do

tempo do PS, foi para Diretor-Geral da Gran Cruz, uma das grandes casas exportadoras da região.

O Sr. Bruno Dias (PCP): — Coincidências!…

O Sr. João Ramos (PCP): — Por isso, há esta promiscuidade entre o IVDP enquanto estrutura de ataque à

Casa do Douro e aquilo que são as nomeações políticas do Governo do PS, mas também do Governo do PSD