O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

14 DE FEVEREIRO DE 2014

27

Aplausos do CDS-PP e do PSD.

Entretanto, assumiu a presidência a Vice-Presidente Teresa Caeiro.

A Sr.ª Presidente: — Para mais um pedido de esclarecimento, tem a palavra o Sr. Deputado Bruno Dias.

O Sr. Bruno Dias (PCP): — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado Hélder Amaral, mais uma vez, assistimos aqui a

um número de, diria, estatística acrobática, com a maioria parlamentar a puxar pelos números, a torcê-los, a

manipulá-los, certamente com o objetivo de dar um aspeto de bonito efeito. Mas, lamento informá-lo de que o

que deu, afinal, foi um espetáculo lamentável.

É que, enquanto os senhores festejam a vossa estatística, a realidade concreta mostra um País que já está

a pagar caro as opções desastrosas deste Governo e da sua política de manipulação e de mistificação. O que

temos, na realidade concreta, na vida concreta dos trabalhadores e dos micro e pequenos empresários, é a

degradação económica e a fragilização dos setores produtivos, em resultado da evolução do investimento e do

impacto que terá o roubo nos salários, nas reformas e nas pensões, na evolução da economia portuguesa.

Não há golpe de ilusionismo estatístico que possa iludir as graves consequências para o País e para a

economia quando o investimento cai ao nível de 1988, Sr. Deputado! Não há golpe de ilusionismo estatístico

que possa camuflar uma dependência cada vez maior, com uma dívida que cresceu, no final de 2013, para

129,4% do PIB! Não há golpe de ilusionismo estatístico que possa esconder aquela que é a maior exportação

que os senhores vêm promovendo: a exportação do povo! Desde que os senhores tomaram posse, mais de

250 000 portugueses foram expulsos pela vossa política e emigraram. É a eles que o senhor dá os parabéns,

Sr. Deputado?!

Aplausos do PCP.

Esse «número» que o senhor aqui veio fazer não é novo, Sr. Deputado. Todo o santo dia, os senhores

aparecem a anunciar aumentos de produção e das exportações. Homenagens, parabéns e palmadas nas

costas, não faltam! Mas, depois, quando se trata de aumentar salários e distribuir essa riqueza e, assim,

promover até a criação de mais riqueza através da procura interna, quando chega a hora da verdade sobre a

tradução concreta desses resultados que os senhores anunciam, então, aí, vê-se que é só conversa, Sr.

Deputado — conversa de embalar, conversa de caça ao voto, enquanto prosseguem o saque e o agravam

cada vez mais. Dão os parabéns a um povo que condenam à miséria, à exploração e à emigração, e exibem,

com orgulho, aos olhos do mesmo povo, a riqueza que lhe vão espremendo para entregar aos senhores do

dinheiro.

Pode crer, Sr. Deputado, podem crer os Srs. Deputados e os Srs. Governantes da direita, que não há

encenações, nem propagandas, nem provocações a quem trabalha e luta pelos seus direitos que consigam

apagar ou perpetuar essa política de desastre, empobrecimento e exploração a que querem condenar o País e

o povo. É que a luta dos trabalhadores e do povo está aí todos os dias, nas empresas e locais de trabalho, a

construir a mudança em cada dia. É esse o maior fator de confiança no nosso futuro coletivo: a derrota deste

Governo e desta política e a mudança para uma política patriótica e de esquerda.

Aplausos do PCP.

A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado Hélder Amaral.

O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Sr.ª Presidente, quero agradecer aos Srs. Deputados Nuno Filipe

Matias e Bruno Dias as perguntas que me fizeram.

Começo por responder ao Sr. Deputado Bruno Dias, dizendo-lhe que, sobre manipulação de estatísticas,

de realidades e da História, não consigo competir com o Partido Comunista Português.

O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Exatamente!