I SÉRIE — NÚMERO 49
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Portanto, o Sr. Deputado defenderá o que quiser, com a convicção que quiser, mas vou dar-lhe mais más
notícias para seu descontentamento, que é o contentamento dos portugueses. Por exemplo, segundo dados
de ontem, a produção industrial em Portugal foi a que mais cresceu em dezembro, e cresceu mais do que em
países como a Suécia, a Holanda e a Croácia.
Sabe o que significa isso, Sr. Deputado? Significa que o senhor não tem razão nenhuma. Gostava de ter
razão, a mesma razão quando essa bancada dizia que estávamos em espiral recessiva e que todos estes
dados não eram atingíveis — era o que o Sr. Deputado dizia —, mas a realidade e o esforço dos portugueses
estão a ultrapassá-lo, Sr. Deputado!
Aplausos do CDS-PP e do PSD.
Obviamente que tal se deve à refinaria de Sines e ao aumento das importações, mas também lhe dei
dados relativos a outros produtos — já sabia que vinha com esses argumentos, por isso é que lhe dei dados
de outros produtos. Esconde que no setor do calçado a situação é boa? Esconde que no setor agroindustrial
os dados também são excelentes?
A Sr.ª Mariana Mortágua (BE) — Não valem nada!
O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Sr.ª Deputada Mariana Mortágua, vou também dar-lhe uma péssima
notícia para si, mas que é uma boa notícia para as empresas portuguesas e para os portugueses.
Sabe que o setor do turismo cresceu 5.9% em novembro de 2013? Sabe que o número de dormidas na
hotelaria aumentou 8%? Sabe disso? É mais uma boa notícia para as famílias, para as empresas e para os
portugueses e é uma péssima notícia para a oposição. Mas confesso que prefiro dar boas notícias aos
portugueses e péssimas notícias à oposição.
Aplausos do CDS-PP e do PSD.
A Sr.ª Presidente: — Segue-se no uso da palavra, também para pedidos de esclarecimento, o Sr.
Deputado Nuno Matias, do PSD.
Faça favor, Sr. Deputado.
O Sr. Nuno Filipe Matias (PSD): — Sr.ª Presidente, dirijo um cumprimento especial ao Sr. Deputado
Hélder Amaral pela relevância do tema que nos trouxe, pelo facto de ter realçado resultados que são evidentes
e incontestáveis, mas também pela homenagem que fez ao esforço de Portugal e dos portugueses, que não
desistiram e resistiram no sentido de dar a volta a uma crise que não era da sua responsabilidade, estando em
boa parte o seu sacrifício, o seu esforço e a sua ambição a ser a solução para essa crise.
Gostaria de deixar isto bem claro e perguntar-lhe se não considera que a reação da oposição, o sentimento
de nervosismo, de incómodo e de repulsa em relação àquilo que são dados objetivos resulta numa falta de
respeito evidente em relação a cidadãos e empresas que, realmente, encontraram no modelo de negócio, de
criação de valor, de potenciar a criação de emprego, capacidade de dar a volta a uma situação que tinha sido
criada não só no último governo socialista, mas desde o final da década de 90, com um conjunto de causas, aí
sim estruturais, que induziram na economia portuguesa uma desalavancagem ao seu crescimento.
Falou-se aqui em milagre económico. Será que o aumento dos indicadores da produção industrial é ou não
é real? Quando se falou na baixa do crescimento e, sobretudo, na baixa evidente da taxa de desemprego, esta
é ou não real há onze meses consecutivos? Quando se falou na criação líquida de emprego, é ou não real?
Quando se falou no aumento das exportações, é ou não real?
Estamos a falar do quê? Estamos a falar de dados concretos ou da fantasia que a oposição opta por
encontrar, num discurso já gasto, como era o tal da espiral recessiva, que não se verificou porque houve um
governo que não desistiu? Houve um governo que não desistiu e, sobretudo, um conjunto de portugueses e
uma nação inteira que uniram esforços e lutaram para dar a volta à crise e para demonstrar que, com estes
dados, aquilo que estamos a construir é um paradigma de crescimento diferente mas, essencialmente, um
futuro mais estável e sustentável.