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14 DE FEVEREIRO DE 2014

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A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Sr. Deputado António Filipe, inscreveram-se quatro Srs. Deputados

para pedir esclarecimentos, a saber os Srs. Deputados Mendes Bota, do PSD, Pedro Nuno Santos, do PS,

José Luís Ferreira, de Os Verdes, e Mariana Aiveca, do BE.

O Sr. Deputado António Filipe informa a Mesa que responderá individualmente a cada Sr. Deputado.

Tem a palavra o Sr. Deputado Mendes Bota.

O Sr. Mendes Bota (PSD): — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado António Filipe, habituei-me a vê-lo, em termos

políticos, como um Deputado com ideias substancialmente diferentes das minhas, mas também como um

homem que, muitas vezes, é um exemplo de seriedade.

Infelizmente, o seu discurso de hoje não foi um discurso sério. Foi um discurso que fugiu, ele sim, à

realidade que, neste momento, atravessa o País, foi um discurso autista.

Seria talvez exigir demais ao Sr. Deputado que tivesse ouvido há pouco o Sr. Deputado Hélder Amaral,

quando ele explicou muito bem aqueles que são, neste momento, sinais positivos da nossa economia. Ora, o

Sr. Deputado subiu à tribuna para dizer exatamente o contrário, como se aquelas instituições e aquelas

entidades que ainda não há muito tempo eram veneradas e respeitadas cada vez que davam notícias que na

altura eram más, com maus números, agora já nada significassem para si. De facto, agora, parece que o

Banco de Portugal já nada significa para si, parece que a OCDE já nada significa para si, parece que o

Eurostat já só publica estatísticas duvidosas, parece que todas as instituições internacionais que reconhecem

o esforço que Portugal fez e aquilo que é a recuperação económica neste momento já nada significam. E essa

recuperação económica já é iniludível, por muitos discursos que a oposição faça dizendo o contrário. Todos

nós sentimos, o povo português também sente, que estão aí sinais que já não são circunstanciais.

Sr. Deputado, não venha mais com a questão da troica, porque a troica não veio cá porque quis. A troica foi

chamada. E foi chamada porque não havia dinheiro nos cofres do Estado para pagar as reformas e para pagar

os salários da função pública.

Protestos do PCP e de Os Verdes.

A troica veio cá e emprestou-nos dinheiro a um juro tão baixo que não há nenhuma outra entidade no

universo inteiro que nos empreste a juros tão baixos!

A troica, sobretudo, veio cá sugerir que fizéssemos as reformas de que andámos a falar uns com os outros

durante décadas sem nunca ter havido a coragem de as implementar. Essa é a verdade da troica! Os

senhores olham para a troica como um cliché. A troica está aqui porque nós a chamámos. Não se trata de

uma questão de soberania; a questão é a da falta de coragem que houve neste País, durante décadas, por

parte de muitos responsáveis, que não tomaram as medidas e não fizeram as reformas que se impunham.

O Sr. Deputado fala das empresas que fecham. Gostaria que falasse também das empresas que abrem e

do saldo fisiológico entre aquelas que abrem, que são muito mais do que aquelas que estão a fechar.

Protestos do PCP e de Os Verdes.

Gostaria que falasse, sinceramente, da poupança, da confiança dos portugueses, da confiança dos

consumidores, do saldo externo positivo, que é a primeira vez que se verifica em mais de duas décadas.

Protestos do PCP.

O Sr. Deputado falou em pagamento da dívida? Não. Falou em renegociação da dívida.

Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Agradeço que conclua, Sr. Deputado.

O Sr. Mendes Bota (PSD): — Pois eu digo-lhe: um país que se quer honesto, como os cidadãos se

querem honestos, não foge a pagar os seus compromissos e não foge a resolver os seus compromissos!

O Sr. Pedro Nuno Santos (PS): — E os salários e as pensões?