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I SÉRIE — NÚMERO 49

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O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Portanto, sobre essa matéria, não posso dizer muito. Mas posso fazer-

lhe este desafio: uma vez que, no meu discurso, cito a fonte de todos os dados, posso dar-lhe uma cópia

desses dados e o Sr. Deputado, quando quiser, confronta-me e diz-me se algum dos dados que utilizei foi

inventado por mim ou se é do Eurostat, da OCDE ou do Instituto Nacional de Estatística.

Vozes do CDS-PP: — Muito bem!

O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Talvez os dados destas instituições, que, no passado, V. Ex.ª elogiava

quando eram negativos, agora o deixem triste e preocupado. Mas, olhe, quanto a isso, não posso fazer nada.

E não é uma questão de acreditar em milagres. Mas, sendo eu um homem de fé, quero dizer-lhe que tenho

muita fé nas empresas e nos trabalhadores, nos portugueses e na sua capacidade para ultrapassar essas

dificuldades.

O Sr. Bruno Dias (PCP): — Mais vale falar da vida concreta das pessoas!

O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — No entanto, posso também dar-lhe uma má notícia para si: a OCDE,

sobre a taxa de desemprego atualizada em dezembro de 2013, diz que Portugal registou uma taxa de

desemprego de 15,4%, ou seja, menos 0,1%, relativamente ao mês anterior.

O Sr. Bruno Dias (PCP): — Por que é que será?!

O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Não é um dado meu, é mais um dado da OCDE.

O Sr. Bruno Dias (PCP): — Não sabe porquê? Vá ao aeroporto da Portela!

O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Srs. Deputados, terminei a minha declaração dizendo — acho que isso

é que é relevante — que nós não escondemos as dificuldades, não esquecemos o ponto de partida, não

esquecemos que ainda falta muito caminho para fazer. Mas ignorar a realidade e não querer ter uma palavra

de conforto para com os trabalhadores, que o Sr. Deputado tanto defende, e os portugueses em geral, parece-

me abusivo.

E sabe o que é que magoa mais? É saber que, por exemplo, o Comissário europeu elogiou os sacrifícios

feitos pelos portugueses, a OCDE está positivamente surpreendida com Portugal e admite uma saída limpa do

resgate, mas quando chegamos ao Hemiciclo, aos eleitos pelos portugueses, parece que uma parte deles está

descontente com estes resultados, parece que estão zangados, que estão tristes com isso.

Protestos do Deputado do PCP Bruno Dias.

Sr. Deputado, não consigo perceber, não consigo perceber!

O meu desafio é o de que possamos ultrapassar esse trauma e que possamos todos contribuir e trabalhar

para aproveitar todos esses dados, tenham eles a origem e as causas que tiverem. Temos de proteger esses

dados, temos de potenciá-los, porque é isso que vai fazer com que o emprego cresça, com que o investimento

estrangeiro cresça, com que as exportações cresçam, com que o mercado interno cresça.

O Sr. Bruno Dias (PCP): — E os salários?

O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — É nisso que estamos concentrados. VV. Ex.as

estão concentrados em

destruir, mas isso é uma proposta vossa. Os portugueses saberão avaliar e julgar em momento oportuno.

Aplausos do CDS-PP e do PSD.

A Sr.ª Pedro Nuno Santos (PS): — Exatamente! Agora disse tudo! Os portugueses irão avaliar!