I SÉRIE — NÚMERO 55
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Relativas aos projetos de resolução n.os
927/XII (3.ª) (PS), 955/XII (3.ª) (BE), 961/XII (3.ª), 959/XII (3.ª)
(PCP), 960/XII (3.ª) (PCP), 962/XII (3.ª) (PCP) e 956/XII (3.ª) (PSD e CDS-PP):
Os Deputados do Grupo Parlamentar do PSD abaixo assinados, relativamente à votação do projeto de
resolução n.º 959/XII (3.ª), expressam a seguinte declaração de voto:
As intempéries e a erosão costeira são das circunstâncias mais adversas e desafiantes que temos pela
frente, sendo certo que todas as situações merecem a nossa máxima atenção e envolvimento, o mesmo
sucedendo por parte do Governo. São, por isso, prioritários passos firmes numa solução para a defesa de toda
a costa nacional e principalmente para a proteção de pessoas e bens afetadas pelas condições
meteorológicas adversas dos últimos meses.
Os Grupos Parlamentares do PSD e do CDS-PP apresentaram iniciativa legislativa sobre a mesma matéria
à que aqui estava em discussão, razão única pela qual votamos contra a proposta. Reiteramos, todavia, a
consciência de que as situações extremas que temos vivido nos últimos meses não apenas não se referem a
qualquer local em particular, como também não se compadecem com recomendações relativas a locais
específicos.
Importa ainda realçar o papel dos membros do Governo e técnicos do Ministério do Ambiente,
Ordenamento do Território e Energia (MAOTE) e da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), que se
desdobraram para tomar contacto com a realidade e para garantir as rápidas respostas que se impunham e o
levantamento exaustivo dos estragos causados pelas intempéries, na zona costeira sob jurisdição do MAOTE,
que deu também origem a um relatório disponível no sítio da APA.
A necessidade imperiosa de agir imediatamente perante a urgência deve ser completamente suprida, mas
a ação imediata não deve nunca limitar a possibilidade do planeamento e ação a médio e longo prazo,
naquelas que são os planos que nos permitem a adaptação às novas realidades que teremos de enfrentar por
força das alterações climáticas com que somos e com que seremos confrontados daqui para a frente, ou seja,
o agravamento de fenómenos climáticos extremos!
Assim, entendemos e propusemos ao Governo que deve:
1 — Prosseguir o acompanhamento e monitorização que tem estado a fazer relativamente às
consequências das intempéries que têm assolado o País nos últimos meses;
2 — Promover com celeridade esta revisão anunciada da Estratégia Nacional para a Gestão Integrada da
Zona Costeira, assegurando uma análise dinâmica e contínua dos riscos a que o litoral português está
exposto, em particular na salvaguarda de pessoas e bens;
3 — Reforçar a análise e a articulação com os municípios, no sentido de considerar, quando aplicável, a
viabilidade de recurso a fundos comunitários para o apoio à execução de intervenções avaliadas como
prioritárias;
4 — Prosseguir a intervenção específica, no âmbito do desenvolvimento de políticas de ordenamento da
orla costeira e gestão integrada do litoral, reforçando as medidas em curso para a avaliação e identificação
prospetiva das intervenções necessárias e urgentes para a salvaguarda, presente e futura, das populações e
zonas costeiras nacionais.
Os Deputados do PSD, Luís Montenegro — Ulisses Pereira — Amadeu Soares Albergaria — Bruno
Coimbra — Maria Paula Cardoso — Carla Rodrigues — Paulo Cavaleiro — Couto dos Santos.
——
O projeto de resolução n.º 961/XII (3.ª), apresentado pelo PCP, objetiva e exaustivamente enuncia as
ocorrências fruto das intempéries então verificadas, essencialmente nos 18 municípios e respetivas freguesias
do distrito do Porto, em especial do município de Paredes, de onde sou natural e que integra o distrito por
onde fui eleita, apesar da representação nacional que cada um de nós assume ao ser eleito.
Os danos são reais e a incapacidade para enfrentar a reposição anterior às mesmas, designadamente a
nível de habitações, equipamentos industriais, públicos e sociais e vias de comunicação, é uma realidade, que
exige atenção e rapidez de execução.