1 DE MARÇO DE 2014
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As medidas apresentadas merecem a minha concordância e o meu reconhecimento.
Por sua vez, o projeto de resolução n.º 927/XII (3.ª), apresentado pelo Grupo Parlamentar do PS, centrado
mais nos municípios de Paredes, Matosinhos, Porto e Vila Nova de Gaia, não deixa de referir as dificuldades
criadas pelo nível de destruição e dimensão dos prejuízos, assinalando as dificuldades que sempre se
levantam no encontrar de soluções ao nível local.
Igualmente, as medidas que são propostas merecem a minha concordância em termos de oportunidade,
urgência e reconhecimento.
Porque não foi dada liberdade de voto sobre os diferentes projetos apresentados pela oposição quanto ao
objeto e medidas apresentadas pelos grupos parlamentares em presença, manifesto deste modo e por esta
via a minha adesão ao conteúdo dos mesmos,
A Deputada eleita pelo distrito do Porto, Conceição Bessa Ruão.
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A Exposição de motivos do projeto de resolução n.º 956/XII (3.ª) não necessita de mais considerandos
quanto à justificação da urgência de uma intervenção a nível nacional, quer em termos ambientais, quer de
intervenção adequada no território, quer na «(…) ótica da prevenção e de adaptação às dinâmicas do litoral do
País, (…)», e passamos a citar:
«(…) à semelhança de outras que vão ocorrendo todos os anos e por todo o País, mostram com evidência
as fragilidades em termos ambientais a que todos estamos expostos».
Todos os diagnósticos estão feitos; as discussões não acrescentam nada mais àquilo que tecnicamente
tem de ser feito e as oportunidades que advêm da riqueza da zona costeira nacional, sobretudo quando está
em causa o alargamento da plataforma continental.
Ao longo da História da Terra, o mar sofreu períodos de recuo (regressão) e de avanços (transgressão).
Vivemos atualmente um período de transgressão marinho reforçado/acelerado pela ação humana.
A evidência mostra que as ações concretas não são tomadas no tempo e modo a evitar os enormes
prejuízos a que paulatinamente se vai assistindo, sem deixar de ponderar os riscos em temos de potencial
humano que poderão afetar, de forma devastadora, em especial, quando já se anuncia o desaparecimento de
algumas localidades junto ao mar, «(…) onde vive uma parte significativa da população e onde se encontra
instalada uma forte componente do tecido económico-empresarial (…)», deste País.
Operações de construção de pontões e colocação de blocos de grandes dimensões, para não falar da
inutilidade de deposição de areias nas praias, são operações anuais muito dispendiosas e que se têm
relevado pouco eficientes na retenção da força do mar.
O Plano de Ação de Proteção e Valorização do Litoral 2012-2015 está a dois terços da sua execução.
Cabe colocar as questões que o cidadão comum quer ver respondidas, isto é, até que ponto é que as medidas
adotadas constituíram uma solução eficaz na luta contra as intempéries, que em cada ano acontecem e vão
continuar a acontecer no futuro, em termos de zonas costeiras?
De igual forma, o interior do País foi assolado pelas intempéries, sendo que a Norte, no distrito do Porto, de
onde os Deputados signatários são residentes e eleitos, alguns concelhos como Maia, Matosinhos, Paredes,
Póvoa de Varzim e Vila Nova de Gaia, têm sinais evidentes de destruição, quer ao nível de estradas,
equipamentos públicos, equipamentos de solidariedade social, estruturas industriais e agrícolas, túneis, que
não permitem que passemos indiferentes a esta realidade, sem que igualmente possamos esquecer a
realidade nacional, que representamos.
É por isso urgente que sejam encontradas soluções que respondam com eficácia perante esta
adversidade. É preciso, designadamente:
a) Atuar cientificamente, com eficácia e eficiência sobre o ordenamento do território com os respetivos
instrumentos de gestão, quer na orla costeira, quer junto de linhas de água de maior caudal;
b) Proteger toda a faixa litoral, em especial as zonas mais expostas em termos de erosão marítima e eólica,
com meios técnicos suscetíveis de consolidar a naturalização da nossa costa no médio e longo prazo;
c) Articular com os municípios, com a brevidade possível, a programação de trabalhos de reconstrução,
quer para reinstalação de pessoas e bens a proteger, quer mesmo para o encontrar de soluções em termos de