7 DE MARÇO DE 2014
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O Sr. Acácio Pinto (PS): — Sr. Presidente, Sr. Deputado Hélder Amaral, quero começar por saudá-lo pelo
facto de nos ter trazido uma declaração política sobre o setor do turismo. É um importante setor da nossa
economia e um importante setor exportador.
Saúdo também o seu esforço para nos falar num milagre económico no nosso País que, verdadeiramente,
só o Sr. Deputado e a maioria é que conseguem ver. O paraíso que aqui nos tentou mostrar não existe, Sr.
Deputado, e quero até dizer-lhe que Portugal não está melhor, porque os portugueses também não estão
melhores. A este propósito, qual é a sua opinião sobre uma declaração no sentido de que Portugal está
melhor, apesar de os portugueses estarem piores? Gostaria de ouvir a sua opinião sobre isto.
Mas, já agora, deixe-me fazer-lhe outra pergunta para nos entendermos sobre esta matéria. Não quero
estar aqui a falar-lhe da estatística que nos trouxe, das circunstâncias internacionais que também abordou, do
esmagamento dos preços, mas quero dizer-lhe que tudo o que se passou depende, em muito, do esforço, do
grande esforço que foi feito pelos nossos agentes e pelos inúmeros agentes do setor do turismo. Aquilo de que
o Sr. Deputado aqui nos devia ter falado era de qual foi o esforço do Governo para que a coesão territorial
também tivesse acontecido na área do turismo, mas nada nos disse sobre esta matéria.
Gostaria ainda que nos dissesse o que entende sobre o aumento das taxas aeroportuárias, pois isso
também está a pôr em causa a chegada de turistas nos próximos tempos.
Diga-nos, também, concretamente, qual foi o resultado fiscal que adveio do aumento de 77% que se
verificou, há dois anos, sobre o IVA da restauração. Qual foi o resultado que não tenha sido o encerramento
de empresas e o desemprego no setor?!
Já agora, quais são as respostas que o Sr. Deputado tem para combater a sazonalidade no setor do
turismo?
Deixe-me terminar, perguntando-lhe, ainda, qual a opinião do CDS e a sua opinião sobre a Agência
Nacional de Promoção Turística, um filho cuja paternidade, afinal, pelos vistos, ninguém quer assumir.
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Faça favor de terminar, Sr. Deputado.
O Sr. Acácio Pinto (PS): — Termino mesmo, Sr. Presidente, pedindo ao Sr. Deputado Hélder Amaral que
nos fale dessa realidade e, já agora, se quiser falar-nos de estatística, que fale da estatística do turismo
interno.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado Hélder Amaral.
O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Sr. Presidente, queria agradecer as perguntas da Sr.ª Deputada
Mariana Mortágua e do Sr. Deputado Acácio Pinto e, se me permitem, começo por responder ao Sr. Deputado
Acácio Pinto.
Estava a ver se o PS resistia a fazer esse exercício de militância daqueles que são partidários do não
crescimento económico, que fazem parte desse grande partido que nega qualquer evidência de melhoria na
economia portuguesa, mas o Sr. Deputado não resistiu e fez aqui mais um desses exercícios.
É evidente que o Sr. Deputado pode seguir esse caminho, como fez no passado. Pode duvidar da lei das
agências de viagens, mas a verdade é que surgiram mais agências de viagens e a lei é pacífica no setor; pode
duvidar da tal coesão territorial e da nova lei das entidades regionais de turismo, mas a verdade é que ela é
pacífica e consensual e está no terreno; pode duvidar do efeito das portagens, como se esqueceu de dizer, ou
da «Primavera Árabe», mas a verdade é que o setor melhora e reage de forma muito positiva.
O Sr. Miguel Tiago (PCP): — E os salários?!
O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Sabe, Sr. Deputado: os proveitos globais subiram 1,5%, os proveitos de
alojamento por hóspede subiram 2,1% e, quanto aos proveitos de alojamento em geral, tivemos um ano
recorde, com 1,37 mil milhões de euros, ou seja, mais 6,4%.