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I SÉRIE — NÚMERO 57

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Poderia dizer-lhe também que as receitas cresceram 7,5%, portanto, aqui, não houve «esmagamento» de

preços, e temos um saldo da balança de 8,3%.

Portanto, Sr. Deputado, poderia dizer que o IVA aplicado na restauração é de facto um constrangimento,

mas a verdade é que o setor reagiu de forma positiva, ao contrário do sentimento e, porventura, da vontade do

Partido Socialista. Transformaram as dificuldades em forças, e não é que o setor tem criado mais empresas?!

Já agora, deixe-me perguntar-lhe se ouviu bem os dados que referi, isto é, que o turismo representa 10%

do PIB e 8% do emprego. Desconhece que este crescimento tem um efeito multiplicador? Sabe porque é que

o setor automóvel reagiu? Porque as empresas de rent-a-car alugaram mais carros. Sabe que o acréscimo do

número de turistas aumenta a utilização de restaurantes, aumenta a venda de produtos endógenos?! Portanto,

este crescimento do turismo tem um efeito multiplicador na economia.

Pensava que o Partido Socialista, sendo responsável, viesse aqui dizer que é preciso olhar para isto e

apoiar tudo e mais alguma coisa que se faça no turismo. Por isso, lamento que venha pôr em causa dados

estatísticos, que são evidentes.

A Sr.ª Cecília Meireles (CDS-PP): — Só sabem é construir hotéis para ficarem vazios! É essa a vossa

política de turismo!

O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Sr.ª Deputada Mariana Mortágua, sou levado a concordar consigo

quando diz que o País não é só turismo, mas permita-me que lhe diga que temos condições únicas para

considerar o turismo um setor fundamental para a economia portuguesa.

Ainda não estamos ao nível de alguns países que só têm duas estações, a do caminho-de-ferro e a do

verão; nós temos mais algumas. Temos várias condições, nomeadamente o sol e o mar, a gastronomia, o

golfe. Se reparar, recebemos cinco prémios internacionais, nove europeus, que são atribuídos exatamente a

destinos de sol e mar e a destinos de golfe, e até temos cidades, com o Porto e Lisboa, que ganham prémios

atrás de prémios.

Portanto, temos condições únicas e seria um erro estratégico não as aproveitar, nomeadamente não

aproveitar essas condições para dar visas gold — diria que até gostava que fossem vistos de platina —, para

possibilitar que os europeus possam gozar as suas reformas em Portugal, para utilizar a capacidade instalada

e a oferta existentes em termos de imobiliário, para promover o turismo de saúde e o turismo cultural.

O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Faça favor de terminar, Sr. Deputado.

O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Seria um erro se não olhássemos para um setor que é efetivamente

importante na criação de riqueza e de emprego. E, obviamente, em vez de discutirmos as nossas diferenças,

temos de ser muito sensíveis à imagem que criamos lá fora, pois ela é importante para atingirmos novos

mercados.

Aplausos do CDS-PP.

O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Para um pedido de esclarecimento, tem a palavra o Sr. Deputado

Nuno Encarnação.

O Sr. Nuno Encarnação (PSD): — Sr. Presidente, Sr. Deputado Hélder Amaral, cumprimento-o e felicito-o

pelo tema da declaração politica que trouxe a esta Casa, mas também não posso deixar de referir os dois

pedidos de esclarecimento que me antecederam.

Como é que o Partido Socialista, quando estava no Governo e tinha resultados menos positivos do que

este no setor do turismo, fazia «grandes festas»…

Protestos do PS.

… e, agora, consegue ler estes resultados altamente positivos de forma contraditória?! Acho isso

extraordinário, Sr. Deputado.