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11 DE ABRIL DE 2014

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A Sr.ª Carla Cruz (PCP): — Mas não são só os enfermeiros que fazem falta. Fazem falta — e nós sabemo-

lo — assistentes operacionais, assistentes técnicos, profissionais que são fundamentais para o funcionamento

do Serviço Nacional de Saúde.

E só com outra política, com outro governo, um governo que valorize, de facto, os profissionais e a

qualidade do Serviço Nacional de Saúde, é que teremos a salvaguarda do Serviço Nacional de Saúde.

Aplausos do PCP.

A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Sr.ª Deputada Carla Cruz, para que não lhe falte a voz, e tendo em

conta a sua opção de responder individualmente, vamos ser absolutamente rigorosos no cumprimento do

tempo, gastando exatamente 2 minutos na resposta a cada um dos Srs. Deputados.

Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado José Luís Ferreira.

O Sr. José Luís Ferreira (Os Verdes): — Sr.ª Presidente, Sr.ª Deputada Carla Cruz, em primeiro lugar,

queria saudá-la pela oportunidade do assunto que hoje nos traz para discussão, que, aliás, coincide com mais

um protesto na área da saúde, o qual decorre exatamente hoje, por parte dos enfermeiros do Agrupamento de

Centros de Saúde de Lisboa Central, protesto este a pensar, sobretudo, no Serviço Nacional de Saúde e nos

utentes, que só têm a beneficiar com a jornada contínua que estes profissionais de saúde estão hoje a exigir

com a sua luta, luta esta que, em nome de Os Verdes, também aproveito para saudar.

A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — Muito bem!

O Sr. José Luís Ferreira (Os Verdes): — De facto, Sr.ª Deputada Carla Cruz, partilhando da leitura que faz

da política de saúde deste Governo, creio que podemos sintetizar em quatro elementos centrais a política do

Governo para a área da saúde. Em primeiro lugar, cortes cegos em tudo o que mexe numa área tão sensível

como é a da saúde. Depois, o encerramento de serviços de saúde por todo o País — aliás, o Sr. Ministro da

Saúde continua a dizer, de forma brilhante, que encerra serviços de saúde para melhorar o acesso dos

portugueses aos cuidados de saúde, coisa que, se calhar, só poderá ser compreendida por alguém com um

poder sobrenatural. Em terceiro lugar, uma clara e indisfarçável preocupação com os interesses do setor

privado na área da saúde. E, por fim, um esforço do Governo em empurrar os custos com a saúde para o

utente.

E o resultado, de facto, não podia ser outro, senão este: há doentes que deixam de ir às consultas porque

não têm dinheiro sequer para o transporte; e há cada vez mais famílias cujo rendimento disponível não lhes

permite comprar os medicamentos de que precisam (e, de duas, uma: ou deixam de os comprar, ou tomam

menos, ao contrário do que é prescrito, para fazer render os medicamentos, com todas as consequências que

isso pode trazer para a sua saúde), ou seja, os medicamentos passaram a ser, com este Governo, um luxo a

que muitas famílias hoje não conseguem aceder.

Sr.ª Deputada, acho que não é necessário muito esforço para se perceber que, ao contrário do que diz o

Sr. Ministro da Saúde, cada vez mais portugueses deixam de aceder aos cuidados de saúde por razões

económicas.

Ora, gostaria de saber, Sr.ª Deputada, se partilha desta minha leitura, ou da leitura do Sr. Ministro da

Saúde, que diz que, hoje, não há portugueses que deixem de ter acesso aos cuidados de saúde por motivos

económicos.

A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — Muito bem!

A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Tem a palavra, para responder, a Sr.ª Deputada Carla Cruz.

A Sr.ª Carla Cruz (PCP): — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado José Luís Ferreira, quero agradecer a sua

questão e dizer-lhe que, obviamente, o Partido Comunista Português partilha da ideia de que há cada vez