11 DE ABRIL DE 2014
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O Sr. Deputado Bruno Dias, do Partido Comunista Português, veio fazer um paralelo, um pouco na
sequência da intervenção que o antecedeu, sobre o arco da dívida que situava entre o Partido Socialista, o
Partido Social Democrata e o CDS.
Sr. Deputado, devo dizer-lhe que se há coisa da qual temos orgulho é do arco da paz. Esse sim, foi
construído por sociais-democratas, por democratas-cristãos e pelo socialismo democrático.
Aplausos do CDS-PP e do PSD.
Protestos do PCP.
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Não sei de que lado os senhores estavam!
O Sr. Rui Barreto (CDS-PP): — O Plano Estratégico dos Transportes e Infraestruturas é muito importante
para este País. É um Plano que atravessará três legislaturas, que teve um grupo de trabalho que foi criado de
forma independente, que reuniu o melhor que este País tem para definir o que é importante mas que também
defende aquilo que é estratégico e alinhado com os novos fundos comunitários.
Por isso, quando o Sr. Deputado critica o Plano, não percebo se está a criticar, por exemplo, a ligação de
Sines por Setúbal até Caia; se está a criticar a ligação de Aveiro a Vilar Formoso, para falar dos corredores
internacionais; se está a criticar os novos investimentos no porto de Setúbal, ou de Lisboa, ou do Barreiro; ou
um conjunto de infraestruturas que vão melhorar as ligações de Portugal à Península Ibérica e às redes
transeuropeias de transporte, ligações que vão diminuir as assimetrias e criar maior coesão territorial.
Acho que, finalmente, conseguimos criar no País uma situação que não nos deve envergonhar. Muitas
vezes, noto que os partidos mais à esquerda têm alguma dificuldade em concordar com determinadas
matérias. Não tenham! Sabem o que é que os portugueses pedem? Pedem que as pessoas tenham
responsabilidade, estejam à altura. Naquilo com que concordam digam por que é que concordam! Os Srs.
Deputados não podem vir para aqui fazer uma crítica e quando são confrontados com obras absolutamente
estruturantes não querem, efetivamente, falar sobre as mesmas.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Diga lá uma coisa diferente do que costuma dizer!
O Sr. Rui Barreto (CDS-PP): — O Sr. Deputado Rui Paulo Figueiredo veio falar da concertação social,
mas eu já relembrei a quebra do acordo de concertação social em 2011. O que espero do Partido Socialista é
que tenha, pelo menos sobre esta matéria, uma posição tão responsável como tem a UGT. É isso que espero
do Partido Socialista.
A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Tem de concluir, Sr. Deputado.
O Sr. Rui Barreto (CDS-PP): — E estou muito à vontade para lhe dizer uma coisa: estou num partido
democrático, que percebe e respeita as posições que são tomadas. Portanto, quero dizer-lhe que, apesar da
posição de voto que referiu, tenho muito orgulho em fazer parte desta bancada e de representar o CDS-PP.
Aplausos do CDS-PP e do PSD.
A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Sr. Deputado, tem de concluir.
O Sr. Rui Barreto (CDS-PP): — A terminar, e respondendo ao Sr. Deputado Paulo Cavaleiro, que nos
trouxe a questão das PPP, e que muito agradeço, quero dizer que aquilo que este Plano prevê é criar um
conjunto de infraestruturas, algumas públicas, outras público-privadas, mas em que o risco comercial não será
do Estado, será sempre dos privados. Não serão feitos contratos leoninos, como foram feitos anteriormente, e
não se vão hipotecar as futuras gerações, como aconteceu com os investimentos que foram feitos na rodovia.
Aplausos do CDS-PP e do PSD.