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I SÉRIE — NÚMERO 72

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mais portugueses que não acedem aos cuidados de saúde. E não acedem aos cuidados de saúde porque não

têm poder económico, não têm rendimentos suficientes para o fazer.

E não basta o Sr. Ministro dizer que aumentou o número de pessoas isentas. Acontece que o Sr. Ministro

se esquece de dizer que aqueles que hoje recebem pouco mais de 600 € não estão isentos de taxas

moderadoras, e são esses que não vão às consultas. E mesmo aqueles que estão isentos, por força da

alteração do regime de atribuição de transportes não urgentes, também não vão às consultas, nem aos

tratamentos.

Portanto, o que temos é uma perspetiva demagógica de que o Governo tudo faz para salvar o Serviço

Nacional de Saúde. Ora, o que assistimos e os utentes sentem todos os dias na pele é exatamente ao

contrário. A política do Governo, todas as medidas que são lançadas visam a degradação da prestação de

cuidados de saúde, visam impedir que os utentes usufruam de um direito que está consagrado. A questão é

exatamente esta.

E se dúvidas houvesse de que há um favorecimento do setor privado em detrimento do setor público, aí

estão os dados do INE para comprová-lo. Mas não são só os dados do INE. É preciso dizer que, no relatório

económico do Grupo BES, mais de metade das suas receitas são provenientes de transferências diretas de

dinheiro público, por via do pagamento da PPP do hospital de Loures.

Vozes do PCP: — Ah!

A Sr.ª Carla Cruz (PCP): — Mas não é só ao Grupo BES que são pagas as PPP, são-no também a outros

grupos económicos. Assim, só em 2014, vão ser gastos 418 milhões de euros no pagamento de várias PPP na

área da saúde.

Aplausos do PCP.

A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra a Sr.ª Deputada

Conceição Bessa Ruão.

A Sr.ª Conceição Bessa Ruão (PSD): — Sr.ª Presidente, antes de começar a colocar as minhas questões,

queria apresentar as condolências às famílias das vítimas e retirar esta matéria da luta política.

Relativamente à declaração política do PCP, queria dizer-lhes que os senhores andam mesmo à procura

do vosso norte. Anteontem, faziam uma apreciação política sobre convenções para defesa dos privados; hoje,

acusam o Ministério da Saúde de defender os privados. Afinal, de que lado estão?

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

Protestos do PCP.

O Sr. David Costa (PCP): — Não ouviu nada!

A Sr.ª Conceição Bessa Ruão (PSD): — Quanto à proteção dos utentes, é bom que se lembre, Sr.ª

Deputada, que o número de utentes abrangidos por isenções, neste País, passou de 4,7 milhões para 5,5

milhões,…

Protestos da Deputada do PCP Carla Cruz.

… sem prejuízo das isenções parciais e das isenções de atos médicos em hospital de dia.

Não vale a pena fazer chafurdice e chafurdar com tudo isto.

O Sr. João Oliveira (PCP): — Subiu o nível do debate!

A Sr.ª Conceição Bessa Ruão (PSD): — Vamos pôr decência no debate!