I SÉRIE — NÚMERO 72
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Respondendo à Sr.ª Deputada Mariana Mortágua, que veio questionar o porquê de agora falarmos do
salário mínimo, quero dizer que foi por uma razão muito simples. Em primeiro lugar, convém situar
cronologicamente a época. Em 2011, quem quebrou o acordo de concertação social foi o Partido Socialista.
O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Com o apoio de quem? Do PSD!
O Sr. Rui Barreto (CDS-PP): — Depois, entrámos num plano de assistência económico-financeira em que,
manifestamente, tal como eu disse, este Governo não tinha as condições para aumentar o salário mínimo
nacional.
Por isso, é preciso perceber o nexo de causalidade. Nós assinámos um plano, um contrato que tinha
condicionalismos e um deles era manifestamente esta, sofrendo a humilhação de ter de pedir autorizações aos
credores para um simples facto como este.
Protestos da Deputada do BE Mariana Mortágua.
Felizmente, estamos a um mês de poder chegar ao fim deste contrato, deste plano de ajustamento
económico-financeiro, que constituiu um vexame para todos nós.
Tendo em conta o novo cenário macroeconómico, mais positivo — e ainda bem, é bom que se realce —,
Portugal tem hoje condições para colocar esta questão na agenda.
A Sr.ª Mariana Mortágua (BE): — Na agenda da campanha eleitoral!
O Sr. Rui Barreto (CDS-PP): — Que fique muito claro que o CDS defende o aumento do salário mínimo
nacional.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Em troca de quê?
O Sr. Rui Barreto (CDS-PP): — Mas defende que o local próprio para fazer esse debate é em sede de
concertação social. É aí que se deve fazer o debate.
Proximamente, vamos ter eleições, mas este debate, que é tão importante para todos os trabalhadores e
para todos os portugueses,…
O Sr. João Oliveira (PCP): — Isso é discurso eleitoral!
O Sr. Rui Barreto (CDS-PP): — … não deve ser instrumentalizado, pois trata-se uma matéria muito
relevante.
Quero também salientar o que foi referido pela Deputada Mariana Mortágua relativamente ao plano de
infraestruturas. Em primeiro lugar, disse que havia uma confusão nas matérias. Não há confusão, Sr.ª
Deputada, porque estas duas matérias são importantes para o País, tanto atualmente, como o eram quando
se definiam acordos de concertação.
A Sr.ª Cecília Meireles (CDS-PP): — Muito bem!
O Sr. Rui Barreto (CDS-PP): — É que estas matérias têm a ver com o longo prazo, e é bom que haja um
compromisso que vá para além das legislaturas, nomeadamente desta, que termina em 2015.
Mas quero congratular-me com o facto de a Sr.ª Deputada, quando fala do plano de infraestruturas, dizer
que concorda com todos os investimentos que vão ser feitos na ferrovia no âmbito do plano nacional de
infraestruturas, o que significa, espero,…
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Que valeu a pena!
O Sr. Rui Barreto (CDS-PP): — … que este plano terá a concordância do Bloco de Esquerda.