I SÉRIE — NÚMERO 79
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Submetido à votação, foi aprovado por unanimidade.
Srs. Deputados, vamos, então, dar início à ordem do dia, que resulta de uma marcação do CDS-PP para
apreciação do projeto de resolução n.º 1018/XII (3.ª) — Recomenda ao Governo um conjunto de medidas de
combate a todas as formas de violência escolar (CDS-PP).
Como é devido, usa da palavra, para apresentar o projeto de resolução, um Deputado do grupo
parlamentar que apresenta a iniciativa, que, neste caso, é o CDS-PP.
Sendo assim, para o efeito, tem a palavra o Sr. Deputado Telmo Correia.
O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: O CDS apresenta hoje um
projeto de resolução que tem como objetivo recomendar ao Governo um conjunto abrangente de medidas de
combate a várias formas de violência escolar. Por que é que o fazemos? Enfim, em primeiro lugar, numa linha
de coerência com aquilo que o CDS sempre disse, porque consideramos que, não obstante todos os avanços
que nesta matéria têm vindo a ser adquiridos, seja em matéria de regulamentação, seja em matéria de
proteção da autoridade dos professores, seja em matéria de Estatuto do Aluno, seja até em matéria penal, é
importante ir mais longe. E é importante ir mais longe porquê? Porque, se existe um espaço na nossa
sociedade, um espaço que é de convívio intergeracional, de formação dos nossos jovens, de educação e
formação das nossas crianças, e que deve ser tanto quanto possível preservado de todos os tipos e de todas
as formas de violência, esse espaço é, obviamente, a escola.
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Muito bem!
O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — É por isso que apresentamos estas propostas.
Em segundo lugar, apresentamos estas medidas, porque, no nosso entendimento, e não é a primeira vez
que o defendemos, não é a mesma coisa cometer determinado tipo de crimes num qualquer local ou cometer
esses mesmos crimes na proximidade do ambiente escolar ou contra um membro da comunidade educativa.
Vozes do CDS-PP: — Muito bem!
O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — Se quisermos, não é a mesma coisa cometer um roubo onde quer que
seja ou estar à porta de uma escola à espera dos alunos, para os poder roubar ou assaltar.
Aplausos do CDS-PP.
Não é, sequer, a mesma coisa o tráfico de droga, que já de si é um crime hediondo, e dirigir esse tráfico ao
aliciamento e à tentativa de levar ao consumo de drogas jovens alunos de uma escola, fazendo tráfico de
droga dentro da escola ou à porta de uma escola.
A Sr.ª Elza Pais (PS): — Já está criminalizado!
O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — Na nossa opinião, não é a mesma coisa e, por isso, aquilo que
defendemos nesta matéria é uma nova abordagem no combate a esses mesmos fenómenos.
Em primeiro lugar, propomos que seja feita uma abordagem e um levantamento pelo Governo, de forma
interdisciplinar — envolvendo as áreas da educação, da justiça e, provavelmente, também da administração
interna, enfim, de uma forma ampla —, em relação aos normalmente designados «fenómenos de violência
escolar». Trata-se de um conjunto de fenómenos diferentes, que vão das intimidações à coação, às agressões
ou àquilo que tem vindo a designar-se, usando uma expressão anglo-saxónica, como bullying.
Pensamos que esse tipo de fenómenos merece uma nova atenção. Não queremos apresentar agora, ainda
que o pudéssemos fazer, uma resolução concreta, mas não deixaríamos de dizer que esses fenómenos
cabem, na sua maioria, no âmbito da Lei Tutelar Educativa, porque normalmente abrangem menores dos 12
anos aos 16 anos, e, portanto, é aí que deve centrar-se essa abordagem.