3 DE MAIO DE 2014
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Por isso, esta privatização, esta venda de uma empresa lucrativa é contra o interesse público e, em nossa
opinião, é contra os consumidores, contra os portugueses. Daí pedirmos a cessação de vigência deste
Decreto-Lei.
Aliás, não deixa de ser curioso que se vá privatizar uma empresa que tem 60% do tratamento dos resíduos
em Portugal, ou seja, vai dar-se aos privados um monopólio. E não deixa de ser curioso a forma como isso se
faz. Neste momento, os privados, provavelmente, a única coisa que sabem é o preço do caderno de encargos,
não têm qualquer outra segurança em relação ao resto. E se os privados estão nessa situação, o que se dirá
dos consumidores, que vão ter de pagar todos os meses a sua contribuição para o tratamento e a recolha dos
resíduos? Qual é a confiança que os consumidores podem ter num Governo que hoje diz uma coisa e,
amanhã, diz outra?
Não se pode confiar neste Governo, não se pode confiar, infelizmente, no Sr. Ministro, porque não é capaz
de dizer aqui, de forma clara, se o plano estratégico já está aprovado — e não está —, se a ERSAR (Entidade
Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos) já está em total funcionamento — e não está. E vai ser mais
barato, como? Então, a entidade reguladora que foi criada não tem uma palavra a dizer sobre o processo de
privatização da empresa?! É depois de ela já estar privatizada que vai fazer o acompanhamento? Não é
antes? As autarquias que quiserem fazer uma parceria precisam de um parecer prévio. Mas o Governo, o Sr.
Ministro, não precisa?! Muito bem!…
O interesse público não está salvaguardado, o interesse dos portugueses não fica salvaguardado e, por
isso, o PS pede a cessação de vigência deste diploma, porque, acima de tudo, está o interesse nacional, o
interesse dos portugueses.
Aplausos do PS.
A Sr.ª Presidente: — Indico à Câmara que o Sr. Ministro do Ambiente tentou inscrever-se, mas já não tem
tempo. Estamos a seguir a regra — e transmiti isso ao Governo —, de que, quando o relógio indica zero, já
não dá direito a uma segunda intervenção.
Não deixo, por uma questão de justiça, de lembrar que isso foi pedido à Mesa. Se os Srs. Deputados
mantêm essa interpretação que a Mesa vem praticando, damos aqui por terminado este debate.
Assim sendo, Srs. Deputados, vamos passar ao ponto seguinte da ordem do dia que consiste no debate,
na generalidade, dos projetos de lei n.os
550/XII (3.ª) — Oitava alteração à Lei n.º 91/2001, de 20 de agosto
(Lei de Enquadramento Orçamental) (PSD e CDS-PP),…
Neste momento, registaram-se manifestações de protesto de público presente nas galerias.
Peço o favor de não se manifestem nas galerias. Deixem o Parlamento funcionar.
Continuação de manifestações de protesto de público presente nas galerias.
Se os senhores continuarem a manifestar-se, terão de sair.
Pausa.
Srs. Deputados, retomando a apresentação dos diplomas em debate, vamos, então, proceder à apreciação
conjunta, na generalidade, dos projetos de lei n.os
550/XII (3.ª) — Oitava alteração à Lei n.º 91/2001, de 20 de
agosto (Lei de Enquadramento Orçamental) (PSD e CDS-PP), 591/XII (3.ª) — Libertar o País da austeridade
permanente, em defesa do Estado social, dos salários e das pensões (oitava alteração à Lei n.º 91/2001, de
20 de agosto — Lei de Enquadramento Orçamental) (BE) e 592/XII (3.ª) — Procede à oitava alteração à Lei de
Enquadramento Orçamental, revogando as normas expressas no tratado orçamental (PCP).
Tem a palavra, para apresentar o projeto de lei n.º 550/XII (3.ª), do PSD e do CDS-PP, tem a palavra o Sr.
Deputado Duarte Pacheco.