29 DE MAIO DE 2014
41
Portanto, as propostas que se encontram em cima da mesa são importantes para o setor e para as
empresas, são relevantes para os objetivos que referiu em matéria de custos de contexto, são relevantes para
quem está desempregado neste setor e quer voltar a trabalhar, e são relevantes para quem ainda está
empregado e tem visto o seu rendimento disponível diminuir.
E são também muito importantes para aquilo que temos pela frente, em termos de relançamento de
investimento e de infraestruturas, e para aquilo em que convergimos, a necessidade de crescimento
económico. De facto, podemos divergir, muitas vezes, nos meios e nos caminhos, mas convergimos neste
diagnóstico.
Por isso, julgamos que estas propostas merecem um debate e um estudo com tempo e com alguma
substância, o que é manifestamente impossível em 3 minutos, numa intervenção em Plenário. Ainda hoje, na
Comissão de Economia e Obras Publicas, questionávamos como é que estes temas muitas vezes são
agendados em Conferência de Líderes.
É verdade que todos recebemos vários pareceres enviados pelo Governo, mas também é verdade que
muitos deles têm a forma de anteprojeto e não de última versão.
É também verdade que o Presidente da Comissão de Economia e Obras Públicas, Deputado Pedro Pinto,
pediu, e fez muito bem, outros pareceres e que alguns chegaram e outros ainda não.
Também é verdade que — pelo menos eu, enquanto Deputado relator das duas propostas, mas sei que
outros Deputados de outros partidos também — que fomos inundados de cartas e mails com pedidos de
reuniões, pedidos de agendamento e pedidos de audições para aprofundarmos algumas destas matérias.
Por isso, temos uma boa base para trabalhar. Iremos abster-nos na votação destas propostas pois
gostávamos de aprofundar esta matéria e esta discussão, porque achamos que merece, mas também não
queremos dilatar esta questão no tempo.
O que, enquanto Deputado relator, propus, hoje, à Comissão, para reflexão futura, foi que estas propostas
descessem à comissão competente para discussão na especialidade, constituindo-se um grupo de trabalho
para ouvir todas as pessoas que nos pedem para serem ouvidas sobre esta matéria, para trabalharmos
sentido de criar consensos e de melhorarmos, se for caso disso, estas propostas.
Há outras ideias no sentido de aproveitar para fazer um «dois em um», mas sem perdermos tempo e sem
adiarmos. Já que vamos ter audições sobre estas propostas em concreto, também podemos ter audições
sobre outras matérias relacionadas com o setor. Todos ganharíamos com isto, mas acima de tudo, ganharia o
País em matéria de crescimento económico. Não nos colocamos fora isso.
O Sr. Presidente (Ferro Rodrigues): — Sr. Deputado, já esgotou o seu tempo.
O Sr. Rui Paulo Figueiredo (PS): — Termino, Sr. Presidente, dizendo que estamos disponíveis para este
trabalho, que propusemos, e damos o acolhimento, sem manobras dilatórias, a que possamos, em conjunto,
fazer este trabalho, este «dois em um», porque o setor e o País agradecem.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente (Ferro Rodrigues): — Tem a palavra, para uma intervenção, o Sr. Deputado Adriano
Rafael Moreira.
O Sr. Adriano Rafael Moreira (PSD): — Sr. Presidente, Sr.ª Secretária de Estado e Sr. Secretário de
Estado, Srs. Deputados: Não posso deixar de começar por referir, em nota prévia, a apresentação do Sr.
Secretário de Estado, que desde já felicitamos pela preocupação que teve (apesar de já conhecermos as
propostas) em expor, de uma forma esclarecedora, completa mas resumida, os objetivos principais destas
propostas de lei,
Quero ainda fazer uma referência à intervenção do Sr. Deputado Rui Paulo Figueiredo para dizer que
partilhamos da preocupação apresentada. Efetivamente, como o Sr. Secretário de Estado disse, esta é uma
das grandes reformas que está em curso, está na fase final e merece precisamente toda a atenção do
Parlamento. Por isso, o desafio do Partido Socialista tem de merecer, da parte da maioria que apoia o
Governo, um parecer positivo e uma adesão para que esse trabalho se faça.