I SÉRIE — NÚMERO 92
14
Administrativo, como é óbvio, devidamente coordenado com o Estatuto dos Tribunais Administrativos e Fiscais
e com o Código do Processo dos Tribunais Administrativos.
Termino, dizendo que não temos dúvidas de que estamos perante uma nova era da justiça administrativa,
uma era que, naturalmente, é de saudar. Julgo que este é um esforço muito importante, que vai ao encontro
do esforço de todos os portugueses, deste Governo e desta maioria no que diz respeito à modernização do
nosso Estado, à adaptação a uma nova época e à sua sustentabilidade.
Não posso concluir sem saudar os esforços do Governo e sem dirigir uma palavra de especial saudação a
todos aqueles que contribuíram para este resultado final, muito em particular aos doutos membros da
Comissão de R\evisão.
Aplausos do CDS-PP e do PSD.
A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Inscreveu-se, para pedir esclarecimentos, o Sr. Deputado José
Magalhães.
O Sr. José Magalhães (PS): — Sr.ª Presidente, Sr.ª Deputada, a sua intervenção acabou de revelar a
complexidade do tema, bem como o consenso que existe na Câmara sobre a necessidade de esses temas e
essas opções terem uma discussão adequada. Essa proposta foi preparada cuidadosamente, mas isso não
dispensa um debate, igualmente cuidadoso, na Assembleia da República, como sempre tem acontecido.
Gostava de fazer-lhe uma pergunta muito simples e muito direta. É ou não necessário e útil aditar, no artigo
2.º, que define o sentido e extensão, uma norma que diga isto, e só isto: «Importa estabelecer, de forma
integrada, as regras de um código de ética da Administração Pública centrado na prevenção da corrupção e
na adoção dos standards fixados nos instrumentos internacionais a que a República Portuguesa se encontra
vinculada»?
Isto permitiria honrar o compromisso que a Sr.ª Ministra da Justiça assumiu perante a Comissão Europeia,
permitiria uma boa discussão entre nós sobre os muitos instrumentos que temos em debate e honraria a nossa
tradição de discussão com todos das matérias complexas que vão regular a vida dos cidadãos e da
Administração Pública. É esta a pergunta que lhe deixo, Sr.ª Deputada.
Aplausos do PS.
A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Sr.ª Deputada Teresa Anjinho, dado já não dispor de tempo, a Mesa
concede-lhe 15 segundos para responder.
A Sr.ª Teresa Anjinho (CDS-PP): — Muito obrigada, Sr.ª Presidente.
Sr. Deputado, julgo que a resposta é muito simples. Aliás, já foi dada pela Sr.ª Ministra. Acho que não é
necessário aditar nenhum número.
Sr. Deputado José Magalhães, tenho muita pena que quando o Partido Socialista intervém nestes debates
seja, normalmente, para fazer propostas meramente laudatórias, à semelhança daquilo que aconteceu
aquando do agendamento potestativo da sessão da passada quarta-feira.
Os princípios que são densificados nesta proposta e que, paralelamente àqueles que já constavam do
Código do Procedimento Administrativo, são aditados já respondem por completo à sua preocupação e que é
a preocupação de todos os Deputados desta Câmara — a necessidade ou não necessidade de um código de
ética.
Aplausos do CDS-PP e do PSD.
A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Tem agora a palavra o Sr. Deputado Filipe Neto Brandão para uma
intervenção.
O Sr. Filipe Neto Brandão (PS): — Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: Muito telegraficamente, não
posso deixar de começar por manifestar a minha perplexidade pela intervenção da Sr.ª Deputada do PSD,