19 DE JUNHO DE 2014
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A Sr.ª Rita Rato (PCP): — O PCP continuará sempre a defender uma escola pública de qualidade para
todos. Apelamos aos professores para que façam o mesmo. Da parte do PCP, cá estaremos. Da parte do
PSD, do CDS e do PS, infelizmente não.
Aplausos do PCP.
O Sr. Presidente (António Filipe): — Para uma segunda intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Luís
Fazenda.
O Sr. Luís Fazenda (BE): — Sr. Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados, Srs. Deputados do PSD, Sr.ª
Deputada Maria José Castelo Branco, mesmo admitindo que o sistema só deveria ter os professores de que
carece, e alijando a Sr.ª Deputada todas as responsabilidades do passado, como se não tivesse nada a ver
com isso, o sistema não está a enquadrar todos aqueles de que carece. Não está! Portanto, o concurso que
está neste momento a decorrer não vai integrar nos quadros nem sequer as necessidades permanentes que
foram identificadas pelas escolas, está muito longe disso. Por isso, a sua tese, Sr.ª Deputada, cai, desde logo,
por terra.
Acho estranha e até curiosa a tese do CDS-PP, Sr. Deputado Michael Seufert. É que o CDS diz: «Temos
de honrar as dívidas acima de tudo». Ora, nós temos aqui uma dívida a um conjunto de 100%. O Governo,
cumprindo, aliás, uma orientação da União Europeia, vai integrar menos de 10%, pelo que fica a dever a mais
de 90%. Mas isso, para o Governo, não interessa: «A 90% não pagamos, não pagamos! Não pagamos nada!
Que bom! Nós conseguimos integrar no sistema 7%, 8%, 9%, mas o resto não interessa a ninguém, não se
paga!» Desprezam-se, assim, esses profissionais, 25 000 dos quais, entre contratados aos quais não foram
renovados os contratos e os que se aposentaram, saíram nos últimos anos do sistema educativo.
Ora, esta circunstância é que, a meu ver, tem de ser revista. Não vale a pena vir aqui dizer algumas coisas
de propaganda acerca desses concursos.
O Sr. Presidente (António Filipe): — Tem de concluir, Sr. Deputado.
O Sr. Luís Fazenda (BE): — Sr.ª Deputada Maria José Castelo Branco, qualquer pessoa percebe que 2014
não é 2015. Portanto, se haverá — e vamos ver em que termos — um concurso para mobilidade interna em
2015, não está a haver em 2014, e isso faz toda a diferença. Creio que convém, neste momento, respeitar a
fisionomia dessas diferenças e que isso é importantíssimo para milhares de professores. Portanto, não vale a
pena dizer: «Já resolvemos, está aqui numa ata». Isso é verdadeiramente uma conversa vazia de sentido, Srs.
Deputados do PSD.
Não estão a cumprir a diretiva europeia, não estão a integrar os professores contratados. Além do mais,
estão a «assobiar para o lado», quando se trata de resolver problemas de mobilidade interna.
Protestos do Deputado do PSD Duarte Filipe Marques.
Esta é que é a questão do debate. A questão da legalidade, Sr. Deputado Agostinho Santa, terá de ser
vista no contexto concreto do aviso do concurso e não na tomada de uma resolução política nesta Assembleia.
Aplausos do BE.
O Sr. Presidente (António Filipe): — Srs. Deputados, concluímos, assim, a apreciação da petição n.º
341/XII (3.ª) em conjunto com o projeto de resolução n.º 1072/XII (3.ª) (BE), o qual será votado na sexta-feira.
A próxima sessão plenária terá lugar, amanhã, às 15 horas, tendo como ordem do dia o debate da
interpelação n.º 17/XII (3.ª) — Sobre precariedade laboral (BE).
Está encerrada a sessão.
Eram 18 horas e 6 minutos.