I SÉRIE — NÚMERO 98
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onde a modernização dos serviços públicos tem de ir a par da garantia de proximidade, fazendo parte
contributiva, positiva, de um novo desenvolvimento para o País e não sendo um fator de retrocesso, como o
Governo está a provocar.
O Partido Socialista louva-se no impulso que deu à modernização administrativa,…
O Sr. João Figueiredo (PSD): — E à despesa!
O Sr. Luís Pita Ameixa (PS): — … de que é marca indelével o programa Simplex.
Vozes do PS: — Muito bem!
O Sr. Luís Pita Ameixa (PS): — O País, na modernização da sua Administração, tem de contar com a
participação e o empenho dos trabalhadores da Administração Pública e garantir a estes condições aptas de
funcionamento, bem como os seus direitos sociolaborais.
O Partido Socialista tem uma política evolutiva e progressista para os serviços públicos, mas não destrutiva
dos mesmos, tem uma política publicista, mas não rejeitando a cooperação com outros sectores
constitucionalmente consagrados, e sempre pela supremacia do interesse público, pois, para nós, o Estado
social, a justiça social e o serviço público têm uma marca: a res publica!
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Também para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado José
Luís Ferreira.
O Sr. José Luís Ferreira (Os Verdes): — Sr. Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: Como resultado das
opções do atual Governo, hoje, mais do que nunca, as condições e o nível de vida dos portugueses
dependem, em grande medida, de serviços essenciais que são prestados pela Administração Pública.
E à medida que o Governo vai avançando na sua caminhada de empobrecimento dos portugueses, mais
evidente se vai tornando a necessidade de o Governo assumir as suas responsabilidades ao nível das funções
sociais do Estado.
Sucede que o Governo não só continua a empobrecer os portugueses, como continua a fragilizar a
qualidade e a destruir serviços públicos.
Ao mesmo tempo que o Governo engorda o mercado aos privados, obriga os contribuintes a voltar a pagar
o que já foi pago com os seus impostos.
É isto que o Governo tem andado a fazer: a encerrar serviços públicos e a satisfazer a gula dos grupos
económicos e financeiros, que, desde há muito, não escondem o enorme apetite por deitar mão a setores
como o da saúde ou o da educação, transformando-os em fonte de lucro.
Ignorando os princípios e direitos que a nossa Constituição elege como fundamentais, o Governo não se
tem cansado de encerrar serviços públicos absolutamente essenciais para as populações.
O Governo encerra serviços de saúde e escolas, extingue freguesias, encerra postos e estações de
correio, repartições de finanças, tribunais, encerra postos da GNR e da PSP e impõe constrangimentos,
limitações e até ingerências no exercício das competências das autarquias locais.
De facto, com este Governo, os portugueses estão a conhecer uma ofensiva sem precedentes aos serviços
públicos e às funções sociais do Estado, reduzindo drasticamente o acesso das pessoas à saúde, à educação,
à proteção social e à justiça. Esta é, de facto, mais uma prova de que o Governo continua mais preocupado
com os problemas dos mercados, com os problemas da banca e com os problemas dos grandes grupos
económicos do que com os problemas das pessoas.
Aquilo que o Governo está a fazer com as funções sociais do Estado e com os serviços públicos ultrapassa
todos os limites do razoável num Estado de direito que valoriza o Estado social. O Governo continua a destruir
a escola pública, a hipotecar o futuro dos portugueses e a hipotecar também a capacidade do País para
crescer e para se desenvolver.