28 DE JUNHO DE 2014
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Importa ainda lembrar que tudo isto se prende com a importância de garantir competitividade às nossas
empresas, pois é garantindo a competitividade às nossas empresas que garantimos a criação de emprego e o
desenvolvimento do País.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
O Sr. Presidente (António Filipe): — O Sr. Deputado David Costa, decididamente, hoje, está com azar nos
pedidos de esclarecimento, pois inscreveu-se para um pedido de esclarecimento mas a Sr.ª Deputada Clara
Marques Mendes já não tem tempo para lhe responder.
Sendo assim, creio que usará da palavra para uma intervenção.
O Sr. David Costa (PCP): — Sim, Sr. Presidente.
Sr. Presidente, Srs. Deputados: Sr. Ministro, no final deste debate ficaram por esclarecer todas as
contradições que focámos no início e que confirmam que o único objetivo desta proposta é o agravamento da
exploração.
Todos recordamos as declarações do Ministro Mota Soares, aqui presente, ao afirmar que o ajustamento
do setor privado já estava feito.
Reiteramos esta posição e afirmamos aqui que o Governo e o Sr. Ministro não conseguem explicar esta
contradição: como é que se explica, agora, esta proposta de novos cortes nas remunerações aos
trabalhadores?
A propaganda do Governo da maioria diz que existem sinais positivos, que estamos no bom caminho
económico e que a economia vai crescer. Então, como é que se explica esse crescimento económico e, ao
mesmo tempo, se apresenta uma proposta para cortar o pagamento do trabalho suplementar?
A propaganda do Governo da maioria afirma uma imensa preocupação com o desemprego, mas como é
que essa preocupação é compatível com esta proposta que estimula as horas extras a baixo custo,
desincentivando a criação de novos postos de trabalho?
Na propaganda, o Governo e a maioria afirmaram mil e uma vezes que todas as medidas eram provisórias,
que a troica ia sair e que a política da troica ia chegar ao fim. Então, Sr. Ministro, como é que se explica que,
depois de tudo isto, o Governo venha agora com mais uma proposta de corte nos rendimentos dos
trabalhadores?
Afinal, a política da troica é a política do Governo e, Sr. Ministro, os senhores querem é perpetuá-la, mas
continuarão a ter a nossa oposição e a luta dos trabalhadores.
Aplausos do PCP.
O Sr. Presidente (António Filipe): — Srs. Deputados, está encerrada a discussão desta proposta de lei,
que será votada no período regimental de votações.
Vamos passar ao ponto 4 da ordem de trabalhos, que consiste na apreciação da proposta de lei n.º 236/XII
(3.ª) — Cria a contribuição de sustentabilidade e ajusta a taxa contributiva dos trabalhadores do sistema
previdencial de segurança social e do regime de proteção social convergente prevista, respetivamente, no
Código dos Regimes Contributivos do Sistema Previdencial de Segurança Social, aprovado pela Lei n.º
110/2009, de 16 de setembro, e no Decreto-Lei n.º 137/2010, de 28 de dezembro, e altera o Código do
Imposto sobre o Valor Acrescentado, e o Decreto-Lei n.º 347/85, de 23 de agosto.
Para apresentar o diploma, tem a palavra a Sr.ª Ministra de Estado e das Finanças.
A Sr.ª Ministra de Estado e das Finanças (Maria Luís Albuquerque): — Sr. Presidente, Sr.as
e Srs.
Deputados: A proposta de lei que hoje se discute é mais um passo indispensável para assegurar a
sustentabilidade do sistema de segurança social em Portugal, porque, apesar de já terem sido introduzidas
reformas importantes neste sentido no passado recente, subsistem pressões, nomeadamente de ordem
demográfica e económica, cujo impacto financeiro motiva uma solução urgente e aprofundada.
No modelo de financiamento do sistema de pensões português em que cada geração de pensionistas tem
as suas pensões asseguradas pelas contribuições dos trabalhadores do ativo e por transferências do