I SÉRIE — NÚMERO 102
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Ora, é razoável suspeitar que essa política unilateral nos conduziria a um isolamento doloroso e a uma
crise de reputação e confiança em relação a Portugal com um efeito devastador sobre os rendimentos dos
portugueses.
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Muito bem!
O Sr. Vice-Primeiro-Ministro: — Ninguém tem o monopólio da razão e mal de quem o pretenda ter. Mas
bem pode dizer-se que, se Portugal tivesse seguido por esses caminhos aventureiros, uma de duas: ou a
troica ainda cá estava ou Portugal já não estava no euro.
A economia portuguesa melhorou significativamente face ao ano passado. Os números são o que são e a
circunstância de haver um tempo de adaptação entre o que é macro e o que é micro não evita uma
comparação que, mais do que favorecer o Governo, favorece o País.
O Sr. Francisco Lopes (PCP): — Viva a fraude e a especulação! É a divisa do CDS!
O Sr. Vice-Primeiro-Ministro: — Vejamos as coisas como elas são.
Primeiro, há um ano Portugal estava em recessão técnica e, felizmente, já não está.
Segundo, há um ano o desemprego estava em 17% e, hoje, está em 14,3%. Ainda não chega, mas a
tendência é descendente, constante e, por isso, positiva.
Terceiro, os indicadores de confiança recuperaram: o dos consumidores subiu para o melhor nível desde
2009; o dos empresários cresceu para o melhor nível desde 2010. A confiança é a base do crescimento e o
crescimento é a condição do emprego.
Quarto, o investimento produtivo deu os primeiros sinais de vida no último trimestre de 2013, mais 9%,
reforçando a tendência no primeiro trimestre de 2014, mais 12%. É a maior reserva de esperança nos
indicadores económicos, dada a letargia do investimento em Portugal na última década.
Quinto, as exportações, apesar da contração conhecida por razões previsíveis, continuam a crescer 2%
sobre o melhor ano de sempre — o ano passado — e crescem 2%, sendo que um dos setores, o dos
combustíveis, por razões conhecidas, decresceu mais de 30%.
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Muito bem!
O Sr. Vice-Primeiro-Ministro: — Sexto, o turismo poderá voltar a ter, em 2014, o melhor ano de sempre,
uma proeza nada negligenciável se repararmos que até abril deste ano as dormidas aumentaram mais 11% e
os proveitos do setor cresceram mais 10% — um crescimento sobre o recorde de 2013.
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Muito bem!
O Sr. Vice-Primeiro-Ministro: — Sétimo, a agricultura voltou a ser, como merece, pilar de investimento,
crescimento, exportação e emprego.
Há um ano, a taxa de execução do PRODER era de 66%; hoje, essa taxa de aplicação dos fundos para a
agricultura está em 84%, quatro pontos acima da média comunitária.
Escuso de mencionar qual era a execução do PRODER quando este Governo entrou, a menos que
queiram medi-la em devoluções a Bruxelas ou cativações nas finanças.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Oitavo, a produção industrial, apesar de todas as limitações conhecidas, estabilizou numa tendência de
crescimento para o período homólogo de 2013, que se cifra em mais 1,4%.
Nono, o consumo interno também registou uma melhoria face a 2013, com um alcance que até é maior,
dado o histórico de dificuldades: estamos 1,6% acima de 2013.