I SÉRIE — NÚMERO 102
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O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, Srs. Membros do Governo, Sr.as
e
Srs. Deputados: Estamos perto do final de um debate sobre o estado da Nação, que eu, em nome do CDS,
classificaria como um debate esclarecedor, um bom debate do estado da Nação. E importa fazer, logo, à
partida, a comparação entre o debate que realizamos hoje e o debate que realizámos aqui, há um ano,
porque, no fundo, é também isso o debate do estado da Nação.
Protestos do PCP e do BE.
Srs. Deputados, os senhores são ouvidos com todo o silêncio, mas não conseguem ouvir ninguém. É
impressionante!
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Srs. Deputados, por favor, façam o silêncio necessário para
ouvirmos o Sr. Deputado Telmo Correia.
Os Srs. Deputados que estão de pé façam o favor de se sentar e aqueles que não pretendem continuar no
Plenário e estão a sair, façam-no com o silêncio necessário.
Queira prosseguir, Sr. Deputado Telmo Correia.
O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — Muito obrigado, Sr. Presidente.
Importa, ainda, fazer uma avaliação das responsabilidades do Governo e da maioria, obviamente, mas
também, Srs. Deputados — e não queiram fugir a isso — das responsabilidades da oposição, porque não há
processo político em que não haja responsabilidades de uns e de outros.
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Muito bem!
O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — Em relação ao Governo e à maioria, quero dizer o seguinte: tínhamos
um primeiro objetivo fundamental, que era o de concluir o Programa a que outros nos obrigaram, recuperar
soberania e tirar a troica de Portugal. O primeiro objetivo foi cumprido, por mérito dos portugueses, mas
também por mérito de quem teve a coragem política de o assumir e de quem liderou este processo.
Obviamente, nesta matéria, a maioria está de consciência absolutamente tranquila.
Aplausos do CDS-PP e do PSD.
Fomos e somos responsáveis por medidas difíceis, por medidas exigentes, por medidas de rigor e por
sacrifícios que pedimos aos portugueses, mas somos também responsáveis, como ainda agora aqui foi
demonstrado, por uma economia a crescer, por exportações a crescerem, por crescimento industrial, por
resultados no turismo, pela saída da troica, pela recuperação da soberania e por tudo aquilo que já foi dito hoje
neste debate. Esta, para o bem e para o mal, é a nossa responsabilidade e não fugimos dela!
Mas a oposição que assuma também as suas responsabilidades, porque há responsabilidades da
oposição! E há duas responsabilidades fundamentais: em primeiro lugar, a oposição que admita aqui que não
acertou nunca!
O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Não, o Governo é que acertou!? Vê-se na dívida!
O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — Não acertou quando disse que era preciso mais tempo e mais dinheiro;
não acertou quando prognosticou a espiral recessiva; não acertou quando garantiu o segundo resgate; não
acertou quando garantiu que tinha de haver programa cautelar; não acertou uma única vez!
Aplausos do CDS-PP e do PSD.
E não só não acertaram nunca, como tiveram sempre, Sr.as
e Srs. Deputados, o mesmo comportamento.
Perante as dificuldades, perante as exigências, perante os sacrifícios, como é que se comportou a oposição?
Comportou-se fazendo sempre a mesma coisa, isto é, procurando criar mais dificuldades, procurando pôr paus