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I SÉRIE — NÚMERO 102

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O Sr. Luís Menezes (PSD): — Outro facto relevante: o País cresceu, nos últimos 15 meses. Em termos

homólogos, houve um crescimento de mais de 1%, repito — em termos homólogos, houve um crescimento de

mais de 1%. Gosto de o repetir, porque, apesar de haver arautos da desgraça que querem considerar que o

último trimestre teve um comportamento menos positivo — e não vale a pena escondê-lo, porque há razões

objetivas para que esse crescimento tenha sido menos positivo —, o facto é que o País está a crescer. O

desemprego está a diminuir e o País está a crescer.

Se tivéssemos ido atrás daquilo que o Presidente do Grupo Parlamentar do Partido Socialista ainda há

pouco disse, que era a sedução de mais tempo e mais dinheiro, Sr. Deputado Alberto Martins, ainda hoje

estávamos com o Memorando de Entendimento em cima das nossas costas.

O Sr. José Junqueiro (PS): — Das vossas, não; das nossas!

O Sr. Luís Menezes (PSD): — O facto foi só um: o Governo, coeso, e esta maioria, coesa, conseguiram

tirar o País do Memorando de Entendimento, o que muitos acreditavam que era impossível.

Mas, no debate do estado da Nação, Sr. Presidente, Sr.as

e Srs. Deputados, vale a pena fazer também um

balanço sobre o estado da oposição e do Governo.

O Governo e esta maioria, como já tive oportunidade de dizer no debate da moção de censura que o PCP

apresentou, estão coesos.

O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Isso vê-se, todos os dias!…

O Sr. João Oliveira (PCP): — Basta olhar para o semblante dos Deputados do CDS!

O Sr. Luís Menezes (PSD): — Mas como é que está a oposição? A oposição não apresenta alternativas,

pelo menos credíveis.

Foi com tristeza que ouvimos o líder da bancada do Partido Socialista dizer, neste Parlamento, que a única

solução que tem para apresentar ao País é a renegociação da dívida. É lamentável que, um mês após termos

saído do Memorando de Entendimento, a única proposta que o Partido Socialista tem para apresentar ao País

seja a renegociação da dívida, que durante três anos conseguimos evitar. Aliás, foi isso que fez com que

tivéssemos saído do Memorando de Entendimento sem qualquer outro tipo de resgate, sem segundo resgate

e sem qualquer tipo de cartas de conforto.

Sr. Presidente, Srs. Deputados, Srs. Membros do Governo, no balanço deste debate do estado da Nação,

há uma conclusão a retirar: temos um País que passou por enormes provações, podemos dizer, com

propriedade, que o País está melhor, podemos dizer, com propriedade, que começa a haver mais esperança e

mais confiança nas pessoas e que as pessoas começam também a ver melhorias nas suas vidas e no seu dia

a dia. E não vale a pena escamotear: nesta Câmara, em toda esta Câmara, só o Governo e esta maioria

apresentam soluções de futuro e estabilidade para o País; do lado da oposição, infelizmente para o País,

acima de tudo para o País, não vemos nem uma ideia, nem estabilidade, mas, sobretudo, não vemos vontade

de querer apresentar uma alternativa para o País que não seja aquela que temos para oferecer enquanto

Governo e enquanto maioria.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Também para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado

António Filipe.

O Sr. António Filipe (PCP): — Sr. Presidente, Srs. Deputados e Srs. Membros do Governo: Uma imagem

muito impressiva que nos vai ficar deste debate é a imagem do Sr. Primeiro-Ministro a rir à gargalhada,

quando o Secretário-Geral do PCP, na tribuna, falava dos desmandos da banca, que tão caro têm custado aos

portugueses.

Aconselhava o Sr. Primeiro-Ministro a não se rir na cara dos portugueses, porque os portugueses, que,

com os cortes nos salários, com os cortes nas reformas, com os cortes nas funções sociais do Estado, têm