3 DE JULHO DE 2014
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na engrenagem, apelando à rua, apelando à contestação, apelando ao não cumprimento dos objetivos e das
metas. Isso também é uma responsabilidade vossa, mas foi mesmo com todas essas dificuldades que a
maioria conseguiu, e isso é um facto absolutamente relevante.
É extraordinário que quem deixou o País à beira de um naufrágio, não tenha depois, durante todo este
processo, ajudado em nada. Nem um balde, nem uma boia, nada! Deixaram o País à beira do naufrágio, não
ajudaram em nada!
Protestos do PS.
Agora, que estamos capazes de navegar novamente, o que é que dizem? «Agora, estamos aqui. Agora,
estamos felizes. Não aconteceu nada, o Partido Socialista não tem nenhuma responsabilidade nesta matéria».
Aplausos do CDS-PP e do PSD.
Protestos do Deputado do PS José Magalhães.
Curiosamente, propõem mais do mesmo. O que é que veio hoje aqui o Sr. Deputado António José Seguro,
com a sua felicidade atual e momentânea, dizer? Apenas mais despesa, mais investimento público, mais
gastos do Estado e menos cortes, ao mesmo tempo que apelam às instâncias, designadamente ao Tribunal
Constitucional, para que não permita nenhum tipo de cortes.
Ora, se os senhores querem mais despesa, se não permitem e apelam a que não haja cortes, como é que
vão resolver o problema? Como é que vão resolver o problema? É que não apresentam nenhuma solução.
Protestos do PS.
Srs. Deputados, se me permitem…
Sr. Deputado António Braga, já ouvi várias vezes o Partido Socialista dizer ao Governo e à maioria que
este Governo é mais troiquista do que a troica — é uma expressão vossa.
O Sr. António Braga (PS): — E é verdade!
O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — Sabe o que é que acontece? É que de cada vez que há uma
turbulência no Partido Socialista os senhores não ficam mais troiquista do que a troica mas, isso sim, mais
trotskistas do que o Trotsky! Os senhores ficam mais trotskistas que o Bloco de Esquerda! E só o facto de os
senhores ficarem mais trotskistas que o Trotsky é que pode explicar que o Secretário-Geral do Partido
Socialista diga agora que, se fosse ele, não assinava o Memorando. Como é que é possível?! Os senhores,
que deixaram o País à beira da bancarrota, dizem, agora, que não teriam assinado o Memorando?!
Protestos do PS.
Os senhores não assumem minimamente as vossas responsabilidades, os senhores continuam a fazer
promessas, e é por isso que o principal problema da oposição é de credibilidade.
Protestos do PS.
O que é que mudou neste ano? Hoje, o Governo é um referencial de estabilidade, hoje o Governo é cada
mais um referencial de credibilidade.
Protestos do PS.
Se me deixarem terminar, Srs. Deputados, direi que o Governo termina este mandato de cabeça erguida, a
oposição não tem uma alternativa.