9 DE JULHO DE 2014
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na letra da lei, que diz que, a partir do ano que vem, os funcionários públicos começarão a ver o seu poder de
compra gradualmente reposto.
Vozes do PSD e do CDS-PP: — Muito bem!
Protestos do BE e de Os Verdes.
A Sr.ª Cecília Meireles (CDS-PP): — O que é que isto significa? Preto no branco, na letra da lei, a uma
velocidade, no mínimo, de 20% ao ano, significa um quinto dos cortes ao ano a serem repostos, ou seja, num
prazo máximo de quatro anos, os funcionários públicos retomarão aquele que era o seu poder de compra.
Protestos do BE.
Mas importa também perceber quais as alternativas, e sobre isso questionaria também o Sr. Secretário de
Estado. É que certamente todos gostaríamos que não fossem necessários cortes, essa não é obviamente a
questão e qualquer pessoa bom senso e boa-fé certamente o reconhecerá.
Mas o que eu gostava de perguntar ao Sr. Secretário de Estado é: quais são as alternativas reais a esta
medida que hoje tomamos?
Vozes do PSD e do CDS-PP: — Muito bem!
A Sr.ª Cecília Meireles (CDS-PP): — Ouvi, muitas vezes até, o principalmente partido da oposição dizer:
«sabemos que não é possível repor tudo de um dia para o outro. Vamos repor gradualmente». E acusavam,
até, o Governo de não o querer fazer
Vozes do PSD e do CDS-PP: — Exatamente!
A Sr.ª Cecília Meireles (CDS-PP): — Pois bem, hoje discutimos uma proposta de lei que diz, preto no
branco, na letra da lei, que vamos repor gradualmente.
Protestos do PCP e de Os Verdes.
E o que faz o principal partido da oposição? É responsável? Não!
Aplausos do CDS-PP.
Protestos do PS.
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra a Sr.ª Deputada Mariana
Aiveca.
A Sr.ª Mariana Aiveca (BE): — Sr. Presidente, Sr. Secretário de Estado, o primeiro traço desta proposta é
que não é uma proposta nova, porque ela contempla os cortes velhos.
O segundo traço desta proposta é que o Governo apenas cumpre a decisão do Tribunal Constitucional
durante um mês — um mês, Sr. Secretário de Estado! —, porque, a seguir, vem apresentar mais cortes.
Mas o senhor justifica os cortes com os compromissos do tratado orçamental e até nos especificou aqui
que esses compromissos se prendem com o valor do défice, de 3% do PIB, e também o rácio da dívida
pública, 60%, relativamente ao PIB.
A pergunta é simples, Sr. Secretário de Estado: a Sr.ª Ministra das Finanças disse, na Comissão de
Orçamento, Finanças e Administração Pública, que o valor da decisão do Tribunal Constitucional era de 860
milhões de euros. Sabemos que esse valor não é apenas relativo aos cortes salariais. O que o senhor tem a