9 DE JULHO DE 2014
45
O Sr. Jorge Machado (PCP): — Vocês aumentaram a dívida!
O Sr. Michael Seufert (CDS-PP): — Srs. Deputados, Srs. Membros do Governo, passados três anos da
bancarrota, estamos aqui a discutir como é que podemos juntar as obrigações que assumimos soberanamente
enquanto País, nomeadamente no âmbito da moeda única e das instituições europeias, à interpretação,
naturalmente legítima e oficial, do Tribunal Constitucional sobre o nosso ordenamento constitucional.
Nessa matéria, acho que nos devíamos fixar em dois pontos. Em primeiro lugar, estamos numa situação
melhor do que em março de 2011 mas continuamos a ter desafios à nossa frente e esta medida, que substitui
aquelas que estavam em vigor, face à decisão do Tribunal Constitucional, já se mostrou legal no passado…
A Sr.ª Mariana Aiveca (BE): — Era transitória!
O Sr. Michael Seufert (CDS-PP): — … mas, ainda assim, tem uma particularidade concreta, ainda que a
Sr.ª Deputada Catarina Marcelina não a tenha percebido na sua amplitude.
Protestos da Deputada do PS Catarina Marcelino.
É que a própria lei se obriga a reverter os cortes já a partir de janeiro de 2015, em 20% e, na totalidade, no
final de um prazo de quatro anos, como, aliás, também já se sabe que vai acontecer para aquela pequena
parcela de pensionistas e de reformados que viram cortes nos seus rendimentos das reformas.
Srs. Deputados, este é um caminho.
O Sr. José Magalhães (PS): — Mau!
O Sr. Michael Seufert (CDS-PP): — Haverá outros, com certeza, mas este debate vai longo e ainda não
ouvimos uma única alternativa…
Protestos da Deputada do PS Sónia Fertuzinhos.
Eu sei, Sr.ª Deputada, tem toda a razão! O PS escusava de mostrar uma alternativa porque nós
conhecemo-la. Foi esta que os senhores fizeram quando estiveram no Governo.
Aplausos do CDS-PP e do PSD.
Protestos da Deputada do PS Sónia Fertuzinhos.
Tem toda a razão, Sr.ª Deputada, o PS não tinha de apresentar alternativas pois já o fez quando esteve no
poder. A diferença é que estávamos à porta da falência e agora estamos à saída dela, mas enfim…
Todavia, gostava de deixar uma nota à Deputada Catarina Marcelino, que ainda não percebeu como opera
a revisão da redução porque disse que ela era feita se houvesse disponibilidade orçamental. Sr.ª Deputada, o
que diz o n.º 3 do artigo 4.º é que a reversão é total até 2019; a forma como se opera é que depende da
disponibilidade orçamental. Mas percebo que a Sr.ª Deputada não consiga compreender o conceito.
Aplausos do CDS-PP e do PSD.
A Sr.ª Sónia Fertuzinhos (PS): — Agora a medida é extraordinária!
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Jorge
Machado.
O Sr. Jorge Machado (PCP): — Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Srs. Deputados: A presente
proposta de lei, apresentada pelo Governo PSD/CDS, é a mais cabal demonstração de que o Governo quer