12 DE SETEMBRO DE 2014
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A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Termino, Sr. Presidente.
Desde 2007 até 2014 aposentaram-se cerca de 30 000 professores. O Governo PSD/CDS autoelogia-se
por ter colocado 2000 no quadro. E as necessidades permanentes que resultaram destas aposentações?
Querem supri-las com soluções temporárias, mas as necessidades são permanentes. Por isso, o apelo que o
PCP aqui faz é que todos os professores, estudantes e pais se juntem na luta pela escola pública, que é uma
luta pelo próprio regime democrático.
Aplausos do PCP.
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra a Sr.ª Deputada Isilda
Aguincha.
A Sr.ª Isilda Aguincha (PSD): — Sr. Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados, Sr. Deputado Luís Fazenda, o
Bloco de Esquerda, à partida, quis ganhar o arranque das discussões em matéria de educação.
Neste arranque de ano letivo, quero começar por saudar os professores, as escolas, as famílias, todos
aqueles que, no dia-a-dia, são essenciais para o funcionamento da nossa escola, para a aprendizagem e o
crescimento dos nossos alunos. É um esforço coletivo que me parece que todos devemos valorizar.
O Sr. Amadeu Soares Albergaria (PSD): — Muito bem!
A Sr.ª Isilda Aguincha (PSD): — Na sequência da intervenção do Sr. Deputado, foram feitas referências a
várias matérias. Gostaria que, na medida do possível, o Sr. Deputado nos pudesse comentar, por um lado, por
que não é considerada uma normalidade ou um facto positivo a contratação ou vinculação de mais de 2600
docentes por este Governo, coisa nunca feita nos anos anteriores e, por outro lado, que, na sequência das
suas referências à questão dos horários zero, nos dissesse se não é positivo haver a vontade clara de, até
janeiro do próximo ano, não haver professores com horário zero, isto é, não haver docentes com necessidade
de serem transferidos, no âmbito da mobilidade, e obrigados à requalificação. Portanto, Sr. Deputado, gostaria
que nos dissesse se não entende como positiva esta redução ou esta tentativa de anulação dos horários zero.
Por outro lado, foi aqui referido o último relatório da OCDE com bons indicadores para a área da educação.
Sr. Deputado, sei que o Governo é do PSD/CDS, mas não é positivo, não é importante todas as forças
políticas valorizarem o que de bom há nos resultados, nas informações que nos chegam?!
São estas as questões que lhe deixo, Sr. Deputado.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Para responder aos pedidos de esclarecimento, tem a palavra o Sr.
Deputado Luís Fazenda.
O Sr. Luís Fazenda (BE): — Sr. Presidente, Sr.ª Deputada Rita Rato, o alvará do concurso extraordinário
para a colocação de professores no quadro não continha o requisito da realização da prova de avaliação.
Portanto, o Governo refugia-se numa legalidade duvidosa. A meu ver, é um ato ilegal e, assim, têm toda a
razão os sindicatos quando dizem, neste momento, apoiar todos os contratados que querem demandar a
justiça para, mais uma vez, acertar as contas com o Ministério da Educação. Terão todo o nosso apoio,
inclusivamente a nível legislativo, porque isso é de inteira justiça.
A Sr.ª Deputada Isilda Aguincha veio falar-nos do concurso extraordinário de colocação de professores
contratados. Era uma imposição da União Europeia e de uma diretiva comunitária. E o que é que verificámos?
Verificámos que a média dos professores que foram contratados, independentemente dos grupos de
recrutamento, tinham 14 anos de serviço — 14 anos de serviço! — e que, neste momento, temos milhares de
professores com esses anos de serviço, ou mais, que não estão nos quadros. Como tal, a luta continua.
As Sr.as
Deputadas e os Srs. Deputados da maioria só sabem fazer contas tecnocráticas àquilo que dizem
ser as necessidades do sistema, mas, na verdade, nem as necessidades do sistema cumprem, porque, como