O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

I SÉRIE — NÚMERO 4

6

Afinal, o PS tinha razão e a maioria PSD/CDS ficou em estado de choque, que, aliás, prolongou nos

corredores. Com efeito, não tinha sido, dizia, para esta desautorização pública que agendaram um debate de

atualidade. Foi a cereja no cimo do bolo para um problema que ainda não foi resolvido.

Um exemplo: neste momento, o Governo tenta tapar os lugares vagos existentes trocando de escolas os

docentes mal colocados. Apesar de colocados indevidamente na BCE (Bolsa de Contratação de Escola),

esses docentes estão a ser mandados para ocupar lugares noutras escolas e com isso a impedir que esses

mesmos docentes — que deveriam ter sido colocados — fiquem com os lugares que lhes pertencem. Não é

uma forma leal de esconder tamanho erro.

Como se isso não fosse suficiente, o Primeiro-Ministro, pelos motivos conhecidos, introduziu na opinião

pública a ideia de que se poderia ir embora. Nada pior para um Governo do que uma instabilidade ao mais alto

nível. Nada pior para o País do que um Governo perdido na confusão dos seus dias.

Ora, podendo até compreender, sinceramente, que num primeiro momento a memória de anos não

estivesse ativa, já não é tão fácil aceitar que decorridos estes dias a mesma não tivesse sido recuperada

através de esforço pessoal e voluntário.

O Primeiro-Ministro é um cidadão com responsabilidades acrescidas e se ninguém deve ver o seu bom

nome posto em causa, muito menos um Primeiro-Ministro deve sujeitar-se a isso. É, assim, necessário que o

próprio, rapidamente, venha dilucidar as dúvidas existentes e resta saber, mais uma vez, se o Sr. Presidente

da República tem agora melhor informação e continua a pensar que no País está tudo bem.

Aplausos do PS.

A Sr.ª Presidente: — Sr. Deputado, tem cinco inscrições para formularem perguntas, a saber: Srs.

Deputados Luís Montenegro, do PSD, António Filipe, do PCP, Cecília Honório, do BE, Nuno Magalhães, do

CDS-PP, e José Luís Ferreira, de Os Verdes.

O Sr. Deputado José Junqueiro já informou que pretende responder um a um, pelo que dou desde já a

palavra ao Sr. Deputado Luís Montenegro.

O Sr. Luís Montenegro (PSD): — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado José Junqueiro, todos ouvimos com muita

atenção a declaração política que acabou de proferir. Percebemos que tenha andado a tergiversar sobre

vários assuntos, terminando querendo insinuar, mais uma vez, algumas coisas relativamente ao Sr. Primeiro-

Ministro, mas já lá vou.

Vozes do PSD: — Muito bem!

O Sr. Luís Montenegro (PSD): — Mas, sobretudo, há uma ausência que não pode deixar de ser notada: a

declaração política do Partido Socialista fala de tudo menos daquilo que é o centro da ação política do Partido

Socialista hoje, que é o seu debate interno e as ideias que podem dimanar desse debate para ajudar a

resolver os problemas do País. Sobre isso, nem uma palavra, embora possamos perceber porquê, a julgar

pelas demonstrações que têm sido dadas pelos dois candidatos a Primeiro-Ministro por parte do Partido

Socialista.

Aliás, ainda ontem foram bem evidenciadas num debate que considero deprimente do ponto de vista

político, que não prestigia os dois candidatos, não prestigia o PS,…

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

…mas, sobretudo, não prestigia a política, porque a essência da política não é que os seus agentes façam

ataques pessoais uns aos outros, a essência da política é que os políticos digam às pessoas, aos destinatários

da sua ação, aquilo que entendem ser as suas soluções para resolver os seus problemas. E sobre isso zero!

Protestos do Deputado do PS João Galamba.