11 DE OUTUBRO DE 2014
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Agora, o Sr. Deputado pode querer dizer o seguinte: «Não, mas a PT é uma empresa importante e,
portanto, achamos que o Estado deveria nacionalizar a PT». Ah, isto não me espanta que o Sr. Deputado o
diga! Não me espanta nada! Mas esta forma de resolver problemas nas empresas portuguesas, Sr. Deputado,
não é a nossa, e não é a nossa hoje, nem será a nossa no futuro.
O Sr. António Filipe (PCP): — A vossa é mandá-las abaixo!
O Sr. Primeiro-Ministro: — Percebo que o Sr. Deputado queira nacionalizar os bancos todos, queira
nacionalizar outra vez todos os sectores estratégicos da economia nacional. Percebo isto tudo, Sr. Deputado.
A Sr.ª Presidente: — Queira concluir, Sr. Primeiro-Ministro.
O Sr. Primeiro-Ministro: — Mas, aqui — é a minha vez de o dizer —, temos realmente uma divergência
que não é possível de ser resolvida.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
A Sr.ª Presidente: — Tem a palavra o Sr. Deputado Jerónimo de sousa.
O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — Sr.ª Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, se está assim tão distante do
problema do Novo Banco, por que é que injetou lá dinheiro?
Vozes do PCP: — Exatamente!
O Sr. Primeiro-Ministro: — Não injetámos!
O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — Então, esse dinheiro injetado, que é dinheiro do Estado, dos
contribuintes, não tem de ter um acompanhamento e uma responsabilização por parte do Governo?!
Vozes do PCP: — Claro que tem!
O Sr. Primeiro-Ministro: — Nós não injetámos, Sr. Deputado!
O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — O Sr. Primeiro-Ministro diz que não, mas, assim, Sr. Primeiro-Ministro,
qualquer um é capitalista. Com essa ajuda e com esse neutralismo do Governo, naturalmente, assistimos
àquilo que estamos a assistir.
O Sr. Primeiro-Ministro: — Grande confusão!
O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — E não venha caricaturar as posições do PCP. Aquilo que dizemos em
relação a este caso concreto, tendo em conta o interesse nacional que a PT comporta, tendo em conta que
estão ali milhares de trabalhadores profundamente inquietos hoje, é que o Sr. Primeiro-Ministro deveria ter tido
outra resposta, e não a teve, como, aliás, também não a teve em relação aos professores.
Mas nós temos, de facto, uma solução: acabe com a precariedade.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Exatamente!
O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — Faça contratos efetivos e não aquilo que está a fazer e vai ver que
resolve os problemas.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Exatamente!