16 DE OUTUBRO DE 2014
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montante que se pode levantar em ATM. E não é uma coisa assim tão longínqua quanto isso, é algo bastante
próximo, que aconteceu aqui bem perto.
Protestos do PCP.
Gostava também de dizer que a renegociação da dívida é um eufemismo porque, na realidade, o que o
PCP defende é, pura e simplesmente, não pagar. Senão vejamos: renegociar juros, renegociar montantes,
este Governo já o fez. O que o PCP quer é, pura e simplesmente, isto: «não pagamos!».
O Sr. Bruno Dias (PCP): — Não é verdade!
A Sr.ª Cecília Meireles (CDS-PP): — Ou pagamos metade, que é a mesma coisa que dizer que não
pagamos a outra metade.
Gostaria de o confrontar com alguns exemplos práticos e perguntar-lhe, designadamente, se acha que a
Grécia está em melhor situação do que Portugal, porque a Grécia adotou a solução que defende, ou se acha
que a Argentina, por exemplo, está em melhor situação do que Portugal.
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Ora bem!
O Sr. Bruno Dias (PCP): — Mas isso não é verdade!
A Sr.ª Cecília Meireles (CDS-PP): — E, por último, posso também citar alguns casos em que houve, de
facto, uma enorme renegociação e um grande default como, por exemplo, a Libéria, o Iémen, a Nicarágua, o
Togo, a Etiópia, o Iraque. São estes os exemplos que o PCP tem para Portugal?
Aplausos do CDS-PP e do PSD.
O Sr. Bruno Dias (PCP): — Ridículo!
O Sr. António Filipe (PCP): — A Suécia e a Dinamarca não querem estar no euro!
A Sr.ª Presidente: — A próxima pergunta cabe ao PSD.
Tem a palavra o Sr. Deputado Afonso Oliveira.
O Sr. Afonso Oliveira (PSD): — Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados, resolveu o PCP, mais uma vez,
trazer para debate nesta Câmara um projeto de resolução que corresponde ao seu manual de procedimentos
para a criação de uma sociedade que os portugueses rejeitaram ao longo de 40 anos de democracia.
O Sr. Pedro Pimpão (PSD): — Bem lembrado!
O Sr. Afonso Oliveira (PSD): — Ao longo de 40 anos foi sempre rejeitado este modelo que o PCP
apresenta.
O Sr. Pedro Pimpão (PSD): — Muito bem!
O Sr. Afonso Oliveira (PSD): — A realidade, para o PCP, não é considerada relevante para a definição
das suas políticas. O mundo em que vivemos também não tem para o Grupo Parlamentar do PCP qualquer
importância.
O que importa mesmo é a sua cartilha ideológica, que nunca incorpora o papel que a integração europeia
teve ao longo dos últimos 30 anos, que esquece sempre o desenvolvimento que o País conseguiu nos últimos
40 anos, que pretende sempre, em todas as circunstâncias, a nacionalização da banca, de toda a área
produtiva, de todas as empresas. Mas seria demais exigir ao Partido Comunista uma evolução desta natureza.