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16 DE OUTUBRO DE 2014

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houvesse sobre isto, bastaria olhar para os escândalos financeiros do BPN, do BPP, do BCP, do Banif ou,

mais recentemente, do BES, dos quais sabemos apenas parte daquilo que ainda vão custar ao País.

O Sr. João Oliveira (PCP): — Bem lembrado!

O Sr. Paulo Sá (PCP): — Sr.ª Presidente e Srs. Deputados: Trazemos hoje a debate uma proposta

tripartida e integrada de renegociação da dívida, de libertação do País da submissão ao euro e de retoma do

controlo público da banca. Propomos à Assembleia da República que assuma como seus estes três objetivos

políticos e que recomende ao Governo a adoção de medidas para a sua concretização.

É uma proposta que aponta um rumo alternativo à atual política de exploração, empobrecimento e desastre

nacional. É uma proposta que defende os interesses dos trabalhadores, do povo e do País. É uma proposta

que, libertando o País dos seus atuais constrangimentos, abre caminho ao crescimento económico e ao

progresso social. É uma proposta que devolve aos portugueses a esperança num futuro melhor, tão mais

alcançável quanto mais próximo for o momento da rutura com a política de direita e a construção de uma

política patriótica e de esquerda vinculada aos valores de Abril.

Aplausos do PCP.

A Sr.ª Presidente: — Inscreveram-se, para fazer perguntas, os Srs. Deputados Pedro Pimpão, do PSD,

Pedro Nuno Santos, do PS, Cecília Meireles, do CDS-PP, e Afonso Oliveira, do PSD. Entretanto, o Sr.

Deputado Paulo Sá informou a Mesa de que responderá conjuntamente a grupos de duas perguntas.

Então, em primeiro lugar, tem a palavra o Sr. Deputado Pedro Pimpão, do PSD.

O Sr. Pedro Pimpão (PSD): — Sr.ª Presidente, Sr.as

e Srs. Deputados, o PCP apresenta-nos hoje um

projeto de resolução que, entre várias propostas, propõe a saída de Portugal do euro. Mas, para podermos

começar a discutir esta possibilidade, era bom que o PCP o fizesse de forma totalmente transparente.

Infelizmente, não é assim que acontece, já que, no ponto 3 do seu projeto de resolução, o PCP defende, e

passo a citar, «Libertar o País da submissão ao Euro, ainda que com impactos e custos a curto prazo que não

podem ser ignorados». Isto é, o próprio PCP assume que a saía do euro tem impactos e custos que não

podem ser ignorados,…

O Sr. António Filipe (PCP): — Mas é claro!

O Sr. Pedro Pimpão (PSD): — … tal como o Sr. Deputado Paulo Sá salientou na sua intervenção inicial,

mas aquilo que o PCP não diz no seu projeto de resolução é quais é que são estes custos e impactos, que

não devem ser ignorados, para a sociedade portuguesa.

Vozes do PSD: — Muito bem!

O Sr. Pedro Pimpão (PSD): — E não diz, porque verdadeiramente não lhes interessa.

O Sr. João Oliveira (PCP): — Dizemos, dizemos!

O Sr. Pedro Pimpão (PSD): — Pois bem, a pergunta que gostaríamos de fazer — e a resposta que todos

gostaríamos de saber, nós e a sociedade portuguesa — é quais são esses impactos e como seria o dia a

seguir na nossa economia.

Mas nós até podemos adiantar por que é que não querem falar dessas consequências nefastas que a

saída do euro significa para o nosso País. Essas consequências seriam, desde logo, a subida das taxas de

juro, a desvalorização da moeda, uma queda nos valores dos salários na ordem dos 30% e uma redução do

PIB superior a 50%.

O Sr. João Oliveira (PCP): — Isso é o que já temos!