I SÉRIE — NÚMERO 15
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sem manutenção e foi com o PS que atrasos inexplicáveis custaram ao Estado português 24 milhões de
euros.
É justificado o incómodo, Sr. Deputado José Magalhães.
É que, ao contrário do Partido Socialista, foi com um Governo de centro-direita que se reduziram os
submarinos de três para dois; foi com um Governo de centro-direita que a Escom perdeu dois concursos; foi
com um Governo de centro-direita que se fez um leilão bancário formal e não um leilão supostamente
promovido por um qualquer assessor do PS. Foi com um Governo de centro-direita que se fizeram garantias
de 25%.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Protestos do PS.
E foi com um Governo de centro-direita que se fizeram contrapartidas para os Estaleiros de Viana e para as
OGMA. Foi com um Governo de centro-direita que se conseguiu um spread bem melhor do que aquele que se
conseguiu para os EH-101.
Sr. Deputado José Magalhães, Srs. Deputados do Partido Socialista, é justificado o vosso incómodo.
Sr. Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados, no fim, há quem diga que precisaria de segundas rondas para
colocar perguntas ao Dr. Paulo Portas e ao Dr. Durão Barroso para justificar o facto de não terem feito essas
mesmas perguntas óbvias, Sr. Deputado José Magalhães, à primeira oportunidade, para justificar o
esquecimento e a vossa distração.
O Sr. José Magalhães (PS): — Não podíamos!
O Sr. Filipe Lobo d’Ávila (CDS-PP): — Fizeram as perguntas que quiseram, quando quiseram e, se não
as fizeram, Srs. Deputados, tenho de presumir que não as fizeram porque não quiseram.
O Sr. Jorge Machado (PCP): — É mentira! O Sr. Deputado está a mentir!
O Sr. José Magalhães (PS): — Que lata!
O Sr. Filipe Lobo d’Ávila (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados, há quem tenha procurado
inventar factos novos para justificar o injustificável e há também os outros, aqueles que mais criticaram o facto
de o tempo de esta Comissão Parlamentar de Inquérito ter sido curto, que foram, por coincidência, aqueles
que, ao longo dos trabalhos, mais os quiseram prolongar, chamando uma dezena de responsáveis da mesma
empresa, chamando advogados de empresas que não requereram e cujos responsáveis dessas mesmas
empresas também não requereram que viessem ao Parlamento depor, dizendo que não foram ouvidas
pessoas cuja audição, afinal — e ainda agora ouvimos algumas das intervenções dos Srs. Deputados —,
nunca requereram. Inventaram excursões, tours e visitas, disseram que havia documentos desaparecidos,
que, afinal de contas, até estão no acervo documental da Comissão.
Sr.as
e Srs. Deputados, tudo com o objetivo de prolongar uma Comissão Parlamentar de Inquérito que
nunca esteve à altura dos objetivos iniciais de quem a requereu. Esta é a verdade dos factos. Por muito que
custe ouvir ao Partido Socialista, são os factos com os quais estão hoje confrontados.
Não sei se é por causa do «fio dental» socialista, de que falava o Deputado José Magalhães, mas, mais
uma vez, é bem justificado o incómodo socialista.
Sr. Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: Quero terminar referindo que é caso para dizer que aqueles que
fizeram a viagem toda com o pé no travão são aqueles que, agora, também vêm dizer que não era possível lá
chegar. Também aí se enganaram, Sr.as
e Srs. Deputados. Era e foi possível.
Foi esta maioria que viabilizou esta Comissão Parlamentar de Inquérito, ao contrário de outras. Foi também
esta maioria que, ao contrário de outros, não andou a fomentar insinuações e suspensões. Limitámo-nos aos
factos e o facto essencial desta Comissão Parlamentar de Inquérito justifica bem o incómodo do Partido