I SÉRIE — NÚMERO 17
10
O Sr. João Oliveira (PCP): — O que este Governo nos vem agora apresentar com o Orçamento do Estado
para 2015 é uma perspetiva de novo agravamento desta situação, com o corte de 6,5 milhões de abonos, com
novos cortes nas prestações sociais, com novos cortes nos salários e nos rendimentos dos portugueses.
Quem ouve o Sr. Deputado Adão Silva, do PSD, de facto, questiona-se sobre quais são as verdadeiras
intenções deste Governo e até onde pretende levar esta ação destruidora que persegue os desempregados,
persegue os pobres, persegue os que estão socialmente excluídos e passa completamente ao lado daquilo
que é a acumulação de fortuna e de riqueza neste País.
Protestos do PSD e do CDS-PP.
O Sr. Deputado Adão Silva, do PSD, com a nova intenção de perseguir os desempregados, exigindo o
controlo das contas, exigindo o tal striptease fiscal, exigindo que os desempregados e os pobres deste País
prestem contas a toda a hora, num sistema de verdadeira perseguição, afinal de contas, nada tem para dizer
àqueles milionários que todos os anos fogem com milhões e milhões de euros ao fisco, às suas obrigações
fiscais, que fogem de pagar os impostos que deviam pagar, optando antes por perseguir os pobres.
É esta a natureza da vossa política, uma natureza de classe que serve os interesses económicos do capital
mas que não serve os interesses dos trabalhadores e do povo.
A Sr.ª Presidente: — Queira terminar, Sr. Deputado.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Para terminar rapidamente, Sr.ª Presidente, queria colocar a seguinte
questão à Sr.ª Deputada Catarina Martins: é possível inverter esta situação de pobreza que hoje atinge
milhões de crianças em Portugal, mantendo os mesmos compromissos com a política de direita, mantendo os
mesmos compromissos com os PEC e com o pacto de agressão, que nos trouxeram esta situação, ou isso
exige uma rotura com a política de direita e a construção de uma alternativa?
Também gostava de perguntar à Sr.ª Deputada qual a perspetiva de disponibilidade que o Bloco de
Esquerda tem para esses dois objetivos, ou seja, romper com esta política e construir uma política alternativa?
Aplausos do PCP.
A Sr.ª Presidente: — A próxima pergunta cabe ao Sr. Deputado Artur Rêgo, do CDS-PP.
Faça favor, Sr. Deputado.
O Sr. Artur Rêgo (CDS-PP): — Sr.ª Presidente, Sr.ª Deputada, reporto-me à sua resposta às intervenções
anteriores e gostaria de lhe fazer não uma mas algumas perguntas para as quais gostaria de uma resposta
simples e direta.
Perante aquilo que a Sr.ª Deputada disse e perante aquilo que é o discurso da esquerda, gostaria de deixar
as seguintes perguntas: quem é que descongelou as pensões mínimas sociais e rurais, que se encontravam
congeladas? Foram os 16 anos de Governo de esquerda?
Quem é que aumentou o ordenado mínimo nacional, que estava congelado pela esquerda, fazendo-o
ultrapassar os 500 €? Quem foi, Sr.ª Deputada?
Quem é que, face à situação de carência de muitas famílias portuguesas, criou o PES (Plano de
Emergência Social)? E, dentro deste, quem é que, no País, criou mais de 700 cantinas sociais para apoiar as
famílias carenciadas? Quem é que criou as farmácias sociais?
Em relação ao que a Sr.ª Deputada referiu sobre as bolsas e os apoios sociais na escola, qual foi o
Governo que aumentou o número de bolsas atribuído, o valor médio atribuído por bolsa e reduziu os prazos de
decisão da sua atribuição para cerca de três semanas, quando antes eram meses?
Sr.ª Deputada, quem é que introduziu, em sede de abono de família, a revisão trimestral dos rendimentos
das famílias, ajustando o valor do abono às verdadeiras necessidades da família e reduzindo esse período de
cerca de dois anos, que era o que existia nos governos de esquerda?
Qual foi o Governo que aumentou o período de atribuição do subsídio de desemprego a desempregados de
longa duração?