24 DE OUTUBRO DE 2014
33
chumbava por causa das falhas que o Sr. Deputado tinha identificado. Depois, lembrei-me de que o Partido
Socialista é contra os chumbos e que, por tal, não estava em condições de falar disso.
Mas, Srs. Deputados, com certeza, todos concordaremos que não há Governo que fez tanto para ser
avaliado com aprovação nas políticas educativas. É que o Sr. Deputado falou em despedimentos de
profissionais da educação e esqueceu-se de que este Governo, em três anos, colocou, vinculou nos quadros
das escolas do Estado português 2600 professores. Sr. Deputado, quantos é que o seu Governo vinculou em
seis anos? Tome nota da pergunta, porque eu quero que me responda.
Aplausos do CDS-PP.
Tome nota da pergunta, Sr. Deputado: em seis anos de governo do seu partido, quantos professores é que
vinculou nos quadros? Diga-me, Sr. Deputado, quantas vezes é que o Governo do Partido Socialista executou
tanto em ciência como a FCT nestes três anos?
Sr. Deputado, o Ministro Mariano Gago era brilhante em orçamentar muito dinheiro para a ciência, mas
depois não executava nada!
Vozes do PS: — Oh!…
O Sr. Michael Seufert (CDS-PP): — Aliás, fazia a mesma coisa nas bolsas do ensino superior! Quantas
vezes, Sr. Deputado, é que o Governo do Partido Socialista pagou tanto em bolsas do ensino superior como
foi pago no ano passado, em valor médio, em número absoluto de bolsas, com elas todas aprovadas em
menos de 50 dias? Quantas vezes, Sr. Deputado? Nunca, Sr. Deputado!
Protestos do PS.
O Sr. Deputado falou de autonomia, que o Governo tirou autonomia das escolas. Sr. Deputado, este
Governo tomou conta da educação com 22 escolas com contratos de autonomia. Quantas é que há hoje, Sr.
Deputado? É fácil decorar: separe os 2 e ponha 1 no meio: 212 escolas, Sr. Deputado, com contrato de
autonomia! Mas não escreva, porque serão mais, com certeza, quando formos a eleições.
Protestos do PS.
Vozes do CDS-PP e do PSD: — Muito bem!
O Sr. Michael Seufert (CDS-PP): — Quanto a eleições, o Sr. Deputado e o Partido Socialista estão numa
fase de puxar da pistola e tentarem apenas focar-se nas eleições. Mas, Sr. Deputado, deixe-me dizer-lhe uma
coisa: em democracia, as eleições são, com certeza, dos momentos mais importantes que há. Nos momentos
certos também, que é no fim dos mandatos, até porque há uma coisa que ainda precisamos de saber, Sr.
Deputado — e os Srs. Deputados têm um ano para nos ajudarem a perceber isso: qual é a vossa política de
educação?
O Sr. Abel Baptista (CDS-PP): — Exatamente!
O Sr. Michael Seufert (CDS-PP): — Dê-me uma ideia, Sr. Deputado, uma ideia estrutural.
Aplausos do CDS-POP e do PSD.
E coloco-lhe essa questão até de uma forma mais concreta. Foram os senhores que decidiram o
alargamento da escolaridade obrigatória até ao 12.º ano. Muito bem! Foi este Governo que teve de responder,
sem nada preparado no Ministério da Educação, como é que dava às famílias e aos alunos alternativas que
respeitassem as suas vontades e as suas capacidades. Qual é a resposta que dá ao alargamento da
escolaridade obrigatória e ao enorme desafio que impõe ao sistema educativo português?