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I SÉRIE — NÚMERO 34

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Falou o Sr. Deputado — com grande ousadia! — sobre as revisões do código laboral. Sr.ª Presidente,

todos nos recordamos do que diziam da revisão do código laboral. Diziam que ia facilitar os despedimentos e

que ia aumentar o desemprego. Pois bem, o desemprego vem diminuindo há 20 meses consecutivos e os

senhores nem disseram uma palavra!

Protestos do PS e do PCP.

Tiverem, hoje, o desplante, perante um aumento do desemprego neste último mês, de vir falar do

crescimento do desemprego.

A Sr.ª Presidente: — Queira concluir, Sr. Deputado.

O Sr. Hugo Lopes Soares (PSD): — Termino já, Sr.ª Presidente.

Sr. Deputado, eu disse no início que não me escondia atrás das palavras. Sr. Deputado Alberto Costa, com

todo o respeito, o senhor e muitos dos que agora o acompanham na primeira fila da sua bancada são o rosto

da bancarrota, o rosto da troica e o rosto que retirou a esperança ao nosso País.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

A Sr.ª Presidente: — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra a Sr.ª Deputada Cecília Honório.

A Sr.ª Cecília Honório (BE): — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado Alberto Costa, com toda a consideração e

respeito que nos merece, quero saudá-lo pela sua declaração política, que acabou por ter também a

vantagem, no plano quase histórico, de fazer aqui um levantamento às ameaças ao Estado de Direito…

O Sr. Luís Montenegro (PSD): — O Estado de direto funcionou! Vocês não gostam, mas funcionou!

A Sr.ª Cecília Honório (BE): — … que o povo português foi sofrendo no decurso destes três anos.

Deu até alguns exemplos importantes, nomeadamente daqueles que tiveram até a encomenda de esticar a

Constituição até poderem ultrapassá-la. É bom recordar que ela sofreu inúmeros pontapés. Não chegam os

dedos de uma mão para reconhecer os pontapés que a Constituição levou pela mão deste Governo.

O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Muito bem!

A Sr.ª Cecília Honório (BE): — Apontou também alguns exemplos no sentido de uma justiça seletiva, mais

longe para os mais pobres, para os mais desfavorecidos. É evidente que todas as alterações ao mapa

judiciário, que tanto aqui debatemos, tornaram a justiça mais longínqua para os mais desfavorecidos, e esse é

também um debate essencial à democracia.

O Sr. Deputado, reconhecendo o seu europeísmo e o seu compromisso com a Europa, inclusivamente no

plano da obra publicada, deixou-nos aqui a sensação de nos querer falar de uma Europa que não é

propriamente esta. A imagem que aqui fixou das fundações de uma Europa um pouco mitificada não é,

certamente, a Europa do diretório e do poder da Sr.ª Merkel.

Nesse sentido, Sr. Deputado, deixo-lhe uma questão de fundo: entre a Constituição pontapeada, como aqui

bem reconheceu, e o Tratado Orçamental, afinal em que plano é que nos devemos colocar? Em que plano é

que o Deputado Alberto Costa, como europeísta reconhecido, se quer colocar?

É possível continuar a defender a Constituição, nos seus direitos, nos seus pilares fundamentais, a defesa

da segurança social, a defesa do Serviço Nacional de Saúde, essa enorme conquista da democracia, a defesa

da escola pública, hoje tão violentamente ameaçada?

O Sr. Amadeu Soares Albergaria (PSD): — Olhe que não!